
A Procergs e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação assinam nesta quinta-feira, 30, um convênio para migrar os softwares operacionais da secretaria do Windows para o Ubuntu.
O projeto será um piloto que deverá ser estendido para as demais secretarias e órgãos no estado, ainda sem um prazo definido.
A informação foi adiantada pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Cléber Prodanov, e pelo presidente da Procergs, Carlson Aquistae, depois de uma palestra no Fórum de Software Livre nesta quarta, 29.
“Vamos também abrir bancos de dados das secretarias da Fazenda e de Segurança para o público em geral”, adianta Aquistae, afirmando que os sistemas legados proprietários no governo serão mantidos, mas que a “prioridade daqui para frente é software livre”.
O impacto inicial da medida de migração de sistema operacional na SCTI será pequeno. Hoje, a pasta tem 27 cargos de comissão e dois servidores. O orçamento total da secretaria para 2011 é de R$ 36 milhões.
A aceleração da migração parece que dependerá do interesse das diferentes secretarias pelo software livre.
O governador Tarso Genro esteve no Fisl 12 nesta quarta, 29, participando junto com Aquistae e Prodanov de uma sessão do chamado Governo Escuta, na qual integrantes da istração escutam demandas da população e especialistas.
Depois de assistir a 1h de apresentações do presidente da Linux Foundation, John Maddog Hall, do presidente da Free Software Foundation Latin America, Alexandre Oliva e do sociólogo e ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, Sérgio Amadeu, Tarso não fez nenhum anúncio de maior impacto sobre a política de software do estado.
“Queremos ser uma referência internacional na radicalização da democracia e na dissolução de barreiras burocráticas que atrapalham o relacionamento do estado com o cidadão”, afirmou Genro, sem comentar pedidos de adoção de formatos abertos de documentos e cancelamento de parcerias educacionais com a Microsoft feita por Amadeu e Oliva.
A istração do petista Olívio Dutra, entre 1999 e 2003, foi uma das pioneiras na adoção de software livre no governo gaúcha.
Os responsáveis por implementação de políticas de migração na época hoje ocupam altos cargos no governo federal, incluindo o presidente do Serpro, Marcos Mazoni e outras autoridades de primeiro escalão.
O uso de software livre deixou de ser uma bandeira das istrações públicas do PMDB e do PSDB – que assinou as parcerias educacionais com a Microsoft e chegou a se envolver em uma batalha legal com a Associação Software Livre por não incluir softwares livres entre as opções do programa Professor Digital.
Resta agora aguardar as repercussões do projeto piloto assinado entre SCTI e Procergs.