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Vem aí o WeChat brasileiro? 4e2p6w

Gigante chinesa Tencent tem acordo com techfin paulista Inovebanco. 6b6f18

10 de abril de 2024 - 05:10
Patrick Burnett, durante evento do Lide.

Patrick Burnett, durante evento do Lide.

A Tencent, gigante chinesa por trás do WeChat, fechou um acordo com a Inovebanco, uma fintech de Campinas, para desenvolver um super app com soluções financeiras no Brasil.

O anúncio foi feito em um encontro do Lide, o badalado grupo de empresários paulista, pelo líder da Tencent para a América Latina, Tom Petreca.

“Em breve, a InoveTech vai ar a utilizar um framework semelhante ao WeChat para reunir, num super app, soluções digitais financeiras para os clientes e parceiros”, disse Petreca, sem dar maiores detalhes.

O peso do anúncio está no fato do WeChat ser um dos aplicativos mais bem sucedidos do mundo, com 1,3 bilhão de usuários, a maior parte deles na China e outros países do sudeste asiático.

Criado em 2011 inicialmente como um aplicativo de mensagens, o WeChat foi agregando funções como pagamentos móveis, jogos e rede social. 

No seu nível de domínio de mercado, o WeChat não tem um equivalente fora da China - o sonho de Elon Musk com o X era criar algo parecido.

A Tencent tem ainda um negócio potente de computação em nuvem, sendo uma espécie de Google da China. 

Apesar de todas essas credenciais, o parceiro escolhido no Brasil é uma empresa de pequeno porte, com 40 funcionários no Linkedin. 

Fundada em 2019, a InoveBanco oferece conta digital, máquinas de pagamento e uma solução white label para que terceiros possam criar o seu banco digital. 

Nada lá muito fora do comum. O CEO da Inovebanco, Patrick Burnett fez carreira em bancos convencionais, e deu o salto para o mundo tech por um período no GDP3 Partners, uma empresa de investimentos de Campinas.

A conexão com a Tencent aconteceu pelo próprio Lide. Burnett é o atual presidente do Lide Inovação. Em janeiro, uma comitiva de empresários do Lide esteve em Shenzhen, na China, para conhecer a Tencent. 

(Criado e liderado pelo ex-governador de São Paulo João Dória, o Lide segue mantendo sua grife. O evento em questão teve a participação de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central).

Esse é o anúncio mais chamativo da Tencent sobre o mercado brasileiro até agora. 

Em 2021, a gigante chinesa anunciou a abertura de um data center em São Paulo.

O DC é Tier 3, certificado PCI DSS e ISO 27001 e tem conexões de fibra óptica de rede redundantes para muitos hubs de troca de rede em São Paulo, que é mais ou menos o que se espera de uma estrutura de um player desse porte.

Por outro lado, a Tencent não revelou na época onde fica e quanto custou o DC, nem se ele é próprio ou de terceiros, ou se executivos brasileiros foram contratados para liderar o negócio.

(Pelo visto, não, uma vez que Petreca é americano).

O que havia de mais concreto no anúncio era o fato da Level Up!, uma grande empresa da área de games, ser cliente.

A Level Up! combina bem as duas características de clientes potenciais e também é uma empresa na qual a Tencent comprou uma participação de 49% em 2012.

Fundada em 2002 nas Filipinas, a empresa chegou no Brasil já em 2004, por meio de um acordo com a Tectoy, e já no ano seguinte começou a lançar jogos no país.

A companhia também fez investimentos em algumas empresas brasileiras por meio de seu braço de venture capital. Entre elas, estão Nubank, Omie e Zenvia.

No ano seguinte, em 2022, foi a vez da Tencent Games, considerada a maior companhia de jogos do mundo, anunciar a abertura de uma operação no Brasil com uma equipe local, sob o comando de um executivo que virá da China.

(Não chega a ser tão raro que empresas chinesas, coreanas e japonesas sejam comandadas no Brasil por executivos vindos desses países, provavelmente uma forma de superar problemas culturais).

No ano ado, a Extreme Digital Solutions fechou um acordo para se tornar uma revenda no Brasil das soluções de computação em nuvem da Tencent.

Conhecida no mercado como EDS, a empresa sediada em Recife é a primeira parceira da Tencent no Brasil e deve abrir portas para contratos no governo, onde tem forte presença.

De fato, a EDS já fechou um contrato para a Tencent no país: a empresa entrou junto com AWS, IBM e Huawei em um mix de opções de nuvem vendido para o Ministério Público Federal (MPF).

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