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A ampliação dos testes acontece após a segurança da urna eletrônica ser questionada. Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou nesta quinta-feira, 26, que vai disponibilizar mais programas para serem testados por mais hackers no Teste Público de Segurança (TPS) deste ano.
De acordo com o site Uol, o TPS acontece sempre nos anos sem eleição para avaliar o processo informatizado de eleição, e não apenas a urna eletrônica. O objetivo é identificar vulnerabilidades relacionadas à violação da integridade ou do anonimato dos votos, bem como aperfeiçoar o sistema.
Até 2019, era permitida a participação de até dez equipes de investigadores, que podem ser hackers independentes ou técnicos de instituições, como a Polícia Federal, o Ministério Público, partidos políticos e universidades.
Neste ano, o teste agendado para novembro ampliou o número de equipes para 15. Em geral, cada equipe tem cinco pessoas.
Outra novidade é a quantidade de programas a serem inspecionados. Eram cinco, agora são oito.
Entre eles, estão os sistemas de apoio à auditoria de funcionamento das urnas no dia da votação, o verificador anterior e posterior às eleições e o sistema usado para verificar criptografia e digital nas urnas.
Além disso, o TSE vai pagar diárias e agens para os hackers e técnicos que quiserem ir ao tribunal duas semanas antes da data do teste. Nos anos anteriores, o Tribunal pagava essas despesas apenas para o teste.
A mudança aconteceu porque os investigadores de fora de Brasília reclamaram que, sem conhecer antes os sistemas, não seria possível formular um plano de ataque eficaz para testar a segurança dos programas.
Nas primeiras edições, em 2009, 2012 e 2016, o TPS durava três dias. Em 2017, o prazo foi ampliado para quatro dias e, depois, ou para cinco dias. Neste ano, serão seis dias de duração, o que também possibilita aos investigadores testar mais os programas.
Como em outros anos, os planos de ataque que funcionarem serão considerados como sugestões de melhoria para o sistema pela equipe de técnicos do TSE.
Os investigadores autores desses planos serão convocados para repetirem os ataques ao sistema nos chamados Testes de Confirmação para garantir que as eventuais vulnerabilidades foram solucionadas.
A ampliação dos testes acontece no contexto de polêmica sobre a urna eletrônica, que vem tendo a segurança questionada pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
No dia 10 de agosto, PEC 135/2019, conhecida como a PEC do Voto Impresso, foi rejeitada e arquivada pela Câmara dos Deputados. Para ar, ela precisaria de um mínimo de 308 votos favoráveis, mas atingiu apenas 229.
A proposta era que, a partir da eleição presidencial de 2022, os números que cada eleitor digitasse na urna eletrônica fossem impressos e que os papéis fossem depositados de forma automática numa urna de acrílico.