
Nome da operação parece um trocadilho com um dos apelidos do ex-jogador: Andershow. Foto: Ricardo Duarte/Internacional.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou o ex-jogador de futebol Anderson Luís de Abreu Oliveira — que atuou no Internacional, no Grêmio e na Seleção Brasileira — e mais sete pessoas na Operação Criptoshow.
Essa operação foi divulgada inicialmente em junho de 2020, quando o órgão revelou que uma quadrilha conseguiu invadir a conta bancária de uma grande indústria e realizar transferências no valor total de R$ 30 milhões, lavando o dinheiro posteriormente com bitcoins.
Na época, o MP-RS realizou 13 mandados de busca e apreensão na Região Metropolitana de Porto Alegre, mas não revelou os nomes dos envolvidos nem qual foi a indústria lesada ou o banco fraudado.
Agora o site GaúchaZH divulgou que o nome do ex-jogador está na denúncia assinada pelo promotor Flávio Duarte, da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre. O caso está sob segredo de Justiça.
O documento incluiria a suspeita de crimes como furto qualificado, organização criminosa e lavagem de bens, direitos ou valores — envolvendo mais R$ 5 milhões de uma segunda companhia lesada.
A matéria não chega a esclarecer qual seria exatamente o envolvimento de Anderson em um esquema de alta complexidade. O jogador não parece ser exatamente um hacker.
O nome da operação, no entanto, parece um trocadilho com um dos apelidos de Anderson, conhecido como Andershow.
Anderson foi uma jovem promessa gremista, negociado com o Porto em 2005, aos 17 anos de idade, e transferido para o poderoso Manchester United dois anos depois.
A carreira na Europa, no entanto, acabou não decolando. Anderson foi contratado pelo Inter em 2015, ando quatro anos no clube e sendo bastante questionado pela torcida. Em 2018, foi contratado pelo Adana Demirspor, time da segunda divisão turca.
Aos 31 anos de idade e após disputar apenas uma partida na temporada 2019–20, Anderson teve sua aposentadoria anunciada pelo presidente do clube no dia 20 de setembro de 2019.
Segundo a acusação, o primeiro crime investigado na Operação Criptoshow aconteceu no dia 15 de abril de 2020, quando teriam sido desviados R$ 30 milhões da conta bancária de uma primeira empresa por meio de 11 transferências eletrônicas para seis empresas localizadas em Porto Alegre, Cachoeirinha, São Paulo e Porto Velho, em Rondônia.
O desvio de R$ 5 milhões de uma segunda empresa teria acontecido no dia seguinte, 16 de abril, em uma única transferência.
Ainda de acordo com a publicação, a execução dos dois furtos utilizou uma mesma técnica, que começou com o o normal à conta bancária, pelo internet banking, mediante nome de usuário e senha de um dos investigados.
O agendamento das transferências para os destinatários foi realizado e, ao final da operação, a conta para a efetivação do débito não foi a conectada inicialmente, mas sim as das empresas. Isso foi realizado por meio de manipulação da codificação do canal.
Durante as investigações, foram reveladas operações de lavagem de dinheiro, com transações para aquisição de criptoativos, pelas mesmas pessoas junto a corretoras exchanges no Brasil e no exterior.
O GZH entrou em contato com Mateus Marques, advogado do ex-jogador Anderson, que disse que ainda não teve o à denúncia, mas que vai se manifestar assim que tomar conhecimento do conteúdo.