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Empresas de TI lançam soluções para segurança em casas e eventos. Foto: flickr.com/photos/standardissue.
O incêndio na boate Kiss em Santa Maria, no começo do ano, levantou grandes questões sobre as medidas de segurança em ambientes fechados, como casas de shows e danceterias. Para o setor de TI, este aumento de exigência foi o impulso para a oferta e criação de soluções voltadas a este objetivo.
Duas empresas do sul investiram no desenvolvimento de tecnologias para atender a demanda de casas e eventos interessados em reforçar sua segurança: a paranaense 4Vision Solutions e a gaúcha Conquiste Tecnologia.
A 4Vision Solutions investiu na criação de uma ferramenta de monitoramento e controle do número de pessoas em ambientes fechados e em eventos abertos como festas, capaz de emitir alertas em casos em que a lotação chegar a níveis críticos.
Para isso, o sistema utiliza câmeras com sensores infravermelho, que podem ser instaladas de forma fixa no ambiente, ou no caso de eventos isolados, podem ficar em totens espalhados pelo local.
A partir das câmeras, o sistema desenvolvido processa as imagens de acordo com dados de capacidade do local, inseridos previamente. As análises são fornecidas em tempo real.
Segundo Mathias Weber, um dos sócios da companhia, estas informações podem ser usadas para controlar a entrada e saída de pessoas, não apenas para fins de segurança, mas também como uma ferramenta de inteligência de negócios, com relatórios de movimentação em horários e dias específicos.
Além disso as informações podem ser enviadas para um servidor na nuvem. "Pensamos nisso como uma solução que pode ser compartilhada inclusive com entidades de segurança, como bombeiros, por exemplo", afirma Weber.
Com lançamento previsto para o quarto trimestre do ano, a plataforma é o primeiro produto da 4 Vision Solutions, empresa spin-off da 4Vision Tech, desenvolvedora de softwares de videomonitoramento.
"Para este novo produto, pensamos em uma solução completa, com software e hardware, e acreditamos que teremos um bom retorno. Com toda essa preocupação com a segurança, já observamos um interesse grande por conta de casas noturnas e entidades de fiscalização de segurança", adianta.
COMANDA ELETRÔNICA
No incidente em Santa Maria, um dos problemas que dificultou a saída das pessoas foi a obstrução das saídas por conta dos seguranças, devido ao sistema de vendas pós-pago - as famosas comandas.
Depois da tragédia, diversas casas aram a adotar plataformas eletrônicas de pagamento de bebidas e produtos, com cartões pré-pagos.
"De dez novas casas que entram em contato com a gente, oito delas decidem por colocar cartões pré-pagos", revela Jaime Panerai Gavioli, diretor da Conquiste Tecnologia, de Porto Alegre.
De acordo com o empresário, a procura por sistemas automatizados de pagamento em casas noturnas cresceu cerca de 40% no último ano, com proporções iguais para sistemas pré e pós pagos. No entanto, após o ocorrido na Kiss, a grande maioria está optando pelo pré.
Conforme o empresário, a mensalidade do sistema de automação varia de acordo com o tamanho do estabelecimento, com mensalidades que variam de R$ 250 a 1,5 mil.
"Para as casas, este tipo de sistema acaba sendo até um fator positivo nas fiscalizações de segurança, para liberação de alvarás", explica Gavioli.
Há cerca de 16 anos no mercado de automação, a Conquiste atende cerca de 100 clientes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. No Rio Grande do Sul, a empresa fornece soluções para casas como C688, em Porto Alegre, Factory Beer, em São Leopoldo, e Maori, na praia de Atlântida.