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Santa Maria da Boca do Monte quer a sua APL.
Uma articulação está em curso no setor de TI de Santa Maria para que a região seja escolhida como um dos oito Arranjos Produtivos Locais (APLs) com possibilidade de receber verbas do governo estadual para ações de desenvolvimento.
As propostas podem ser entregues até o começo de maio. O resultado será divulgado em julho pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), braço executivo da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento.
Os escolhidos terão o a R$ 4 milhões, em quatro anos, para apoio à governança e elaboração de planos de desenvolvimento, além de um potencial de R$ 7,2 milhões ao ano com incentivo fiscal.
O APL de Tecnologia do Centro RS reúne 20 empresas da região, entre elas a Meta, uma das maiores empresas de TI do estado, que acaba de abrir um centro de serviços de tecnologia SAP em Restinga Seca, localidade a 30 km de Santa Maria.
No lado institucional inclui Assespro, Seprorgs e Santa Maria Tecnoparque. A área universitária é representada por UFSM, Centro Universitário Franciscano , Instituto Federal Farroupilha e a Faculdade Antonio Meneghetti.
“A gente quer estar no mapa do Estado. A visibilidade será fantástica”, afirma Santos Viana, coordenador do grupo de empresas Centro Software, que atualmente lidera o projeto do APL.
Um APL é uma organização que envolve diversos atores de uma cadeia produtiva, que uma vez constituídos podem pleitear verbas para diferentes finalidades junto a organismos do governo estadual e federal.
Até agora, o Rio Grande do Sul só tinha uma iniciativa do gênero na área de TI, na Serra Gaúcha.
O APL de TI da Serra já foi reconhecido pela SDPI, o que significa que pode ter o a verbas Fundopem/Integrar e de promoção comercial.
O que está em disputa no edital agora aberto são verbas diretamente direcionadas para a governança do APL, motivo pelo qual é de se supor que o APL serrano vai participar da disputa também.
A governança do APL da Serra é exercida pelo Trino Polo, envolvendo também o Seprorgs, a prefeitura de Caxias do Sul, cinco instituições de ensino (FSG, Ftec, FTSG, Faculdade Murialdo e UCS) além de 76 empresas de TI de Caxias, Bento Gonçalves, Farroupilha e Garibaldi.
Se o APL da Serra já está mais organizado, o APL de Tecnologia do Centro RS tem a vantagem de estar situado em uma das 22 regiões de estado enquadradas nas áreas prioritárias do Programa de Desigualdades Regionais. Essas regiões deverão ter três ou mais propostas escolhidas.
O APL da Serra compete entre os projetos de APLs da chamada “economia tradicional”, um grupo diverso que inclui quase toda a economia do estado, desde móveis, calçados e agroindústria. A vantagem é que muitos setores já tem seus APLs instituídos entre os 12 APLs já enquadrados.
Um dos já enquadrados é o APL de Automação e Controle, que reúne 55 empresas distribuídas num eixo entre Porto Alegre e Caxias do Sul e instituições como UCS, Unisinos, PUC, Fundação Liberato e UFRGS.
Fontes familiarizadas com o assunto ouvidas pelo Baguete disseram que não ser incluído no grupo da chamada “Nova Economia”, que terá duas APLs selecionadas, não é necessariamente um ponto fraco para os candidatos de TI, deixando de lado vaidades semânticas.
É que no grupo da chamada Nova Economia competirão projetos de APLs ligados a energia eólica, semicondutores, indústria oceânica, biocombustíveis e outros com maior capacidade de articulação que a área de TI.
E A REGIÃO METROPOLITANA?
Enquanto o setor de TI de Caxias do Sul e Santa Maria se agiliza para obter recursos através do programa de APLs, a região metropolitana de Porto Alegre marca o.
Articulações começaram ainda em 2009, quando o plano incluía também as empresas de TI de Caxias. As coisas não andaram, a TI da Serra fez seu próprio projeto e o assunto naufragou. A Assespro-RS trouxe o assunto a baila de novo em 2012, mas sem sucesso.
O fato é mais chamativo tendo em conta que Porto Alegre e cidades ao redor como São Leopoldo e Novo Hamburgo concentram a maior parte do PIB de TI gaúcho, as maiores instituições de ensino e parques tecnológicos, além das sedes de entidades que estão articuladas em outras regiões do estado.