
Tallis Gomes. Foto: LinkedIn.
Tallis Gomes, fundador da G4, startup de educação corporativa, retornou à empresa para assumir a frente do G4 Valley, novo programa de imersão de negócios da marca.
A novidade foi anunciada em seu LinkedIn nesta quarta-feira, 9, 17 dias após seu polêmico afastamento da posição de CEO. Na ocasião, a movimentação foi uma tentativa de amenizar a crise gerada pelas suas declarações sobre mulheres em cargos de liderança.
Em setembro, Gomes disse nos stories de seu Instagram que não acreditava que mulheres eram “cascudas” o suficiente para serem CEOs e que elas deveriam focar sua “energia” no cuidado da família.
Em nota, a G4 disse ser um “momento em que ele precisa refletir sobre a importância das lideranças femininas e como essa evolução traz ganhos e benefícios para toda sociedade”.
A reflexão, ao que parece, foi tão rápida quanto o velocista olímpico jamaicano Usain Bolt. Os internautas parecem, em sua maioria, ter a mesma opinião e não têm medo de manifestá-la nos comentários do anúncio de Gomes.
Um usuário do LinkedIn disse: “É preciso ter muita coragem para apoiar a idealização desse cara. Não é sobre cancelamento, mas sim sobre respeito para todos”. Outro comentário diz: “Uma dúvida, mulher entra?”.
POLÊMICAS
No último dia 19, Gomes respondeu a um story em seu Instagram, no qual um seguidor o questionou: “se sua mulher fosse CEO de uma grande companhia, vocês estariam noivos?”.
O empresário escreveu: “Deus me livre de mulher CEO. Salvo raras exceções, essa mulher vai ar por um processo de masculinização que invariavelmente vai colocar meu lar em quarto plano, eu em terceiro plano e os meus filhos em segundo plano”.
“Este não é o melhor uso da energia feminina. A mulher tem o monopólio do poder de construir um lar e ser a base de uma família - um homem jamais seria capaz de fazer isso. O mundo começou a desabar exatamente quando o movimento feminista começou a obrigar a mulher a fazer papel de homem”, disse Gomes.
Mas esta não é a primeira polêmica em que o executivo se envolve. Em julho deste ano, o ex-CEO já havia viralizado por dizer que não contrata funcionários de esquerda em sua empresa.
O comentário foi feito no Café com o Ferri, um podcast relativamente popular sobre finanças e empreendedorismo, com cerca de 80 mil s no YouTube.
“Eu não contrato esquerdistas; essa é a base da nossa cultura. O ponto é o seguinte: esquerdista é mimizento, não trabalha duro, fica com esses negócios que parece todo mundo deve algo para ele”, declarou Gomes.
Na mesma entrevista, o executivo afirmou que “sem trabalhar entre 70 a 80 horas por semana, é impossível construir algo”.