
Lei da corrupção entrou em vigor em janeiro. Foto: flickr.com/photos/refractedmoments.
A KPMG fez um levantamento sobre corrupção neste mês, durante evento em São Paulo, com 500 altos executivos de companhias brasileiras. O resultado foi: 62% itiram que sua organização poderia participar de atos de corrupção.
Entre os presentes 21% negaram essa possibilidade e 17% não souberam responder.
Quando questionados sobre a concorrência, 85% acreditam que as outras empresas corrompem agentes públicos para obter vantagens em contratos. Além disso, 60% acreditam que essa atitude acontece com frequência e 25% eventualmente.
A pesquisa foi feita de forma anônima, por meio de um controle remoto.
Além disso, revelou que 33% dos gestores presentes itiram que tinham conhecimento de casos reais de pagamento de suborno em suas companhias nos últimos 15 meses, enquanto 67% negaram.
"Esses dados sintetizam o que está ocorrendo no Brasil e explicam por que o governo está engajado com a lei anticorrupção", afirma Gerónimo Timerman, sócio-diretor da área forense da KPMG.
A lei entrou em vigor em janeiro no país que ocupa a 72° posição no ranking de corrupção com 177 países, de acordo com pesquisa de Transparência Internacional.
De acordo com Richard Girgenti, responsável pela área forense da KPMG no mundo, têm três fatores que destacam ainda mais o tema corrupção.
Um deles é a globalização, outro é a criação de leis brasileiras e cooperação global em investigações na tentativa de evitar essas práticas ilegais e, também, a existência de bases de dados informatizadas.
Para a companhia, quando há pagamento de suborno é porque teve algum tipo de fraude no sistema de controle interno das empresas.
Conforme informações do Valor, a maioria das irregularidades são feitas com valores abaixo dos limites estabelecidos para que não necessite de autorizações de superiores na empresa e isso pode ser visualizado até mesmo por e-mails.
"O conselho de istração deve estar atento à gestão de riscos, a diretoria precisa estar envolvida e é importante garantir que não só funcionários, mas também os fornecedores estejam bem treinados", destaca Girgenti.
Afinal, conforme as leis brasileiras, não importa se a empresa se beneficia por um ato praticado por um representante direto ou por um fornecedor.
"Cerca de 5% das pessoas nunca vão fazer nada de errado, mesmo que a oportunidade apareça. Outros 5% acordam pensando em como montar um esquema. E 90% só vão agir corretamente se souberem que podem ser pegas. É com esse grupo que a gente deve lidar", afirma o executivo.