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Projeto-piloto deve durar 18 meses (Foto: Depositphotos)
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil (Bacen), revelou durante uma palestra que o projeto-piloto da moeda virtual brasileira começará em março deste ano, com circulação pública prevista para o final de 2024.
Originalmente, a expectativa do Bacen era de que os testes da moeda digital tivessem início apenas no final do primeiro semestre de 2023, como aponta a Folha de S. Paulo.
Segundo Neto, o objetivo principal da moeda, que funcionará como uma extensão do dinheiro físico, é fomentar novos negócios no segmento de serviços financeiros, sendo o Brasil “um dos primeiros países a fazer isso”.
A previsão é que a fase piloto se estenda ao longo dos próximos 18 meses. Inicialmente, será criada e testada uma nova camada de infraestrutura de pagamentos.
O Bacen começou a estudar as moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDC, na sigla em inglês) ainda em 2020 para compreender os benefícios que sua adoção poderia trazer.
Nos últimos anos, o país já vinha registrando quedas na quantidade de cédulas e moedas em circulação. Com a distribuição do Auxílio Emergencial durante a pandemia, a digitalização bancária do brasileiro se intensificou ainda mais.
O Pix, por exemplo, já soma 138 milhões de usuários cadastrados, tendo se tornado o meio de pagamento mais popular no Brasil, com aprovação de 85% dos cidadãos.
COMO FUNCIONA
As moedas digitais são sempre emitidas por um Banco Central e funcionam como uma versão virtual do dinheiro oficial de uma nação, indo além das limitações da emissão exclusiva da moeda física pela instituição.
Elas se diferenciam das criptomoedas, por exemplo, por serem istradas apenas pela autarquia, ao invés de uma rede de usuários. Além disso, a moeda digital será apenas uma alternativa ao dinheiro tradicional, enquanto as criptomoedas são ativos financeiros.
Deste modo, a novidade poderá ser usada para pagar contas e realizar transferências bancárias. Ativos como o Bitcoin, por sua vez, não podem ser usados para pagar qualquer despesa do dia a dia.
No Brasil, o real digital pode significar um avanço ao Pix, através de pagamentos feitos por contratos digitais.
"O ente recebedor deixa de ser uma pessoa e a a ser um contrato digital, isso tem uma grande melhoria, em vários aspectos”, garante Neto.
Além disso, a tecnologia promete oferecer vantagens como o menor custo de intermediação, maior eficiência e inclusão digital, bem como a possibilidade de monetização.
A moeda poderá ser convertida em dinheiro físico, bem como o contrário, além de sua cotação em relação a outras moedas ser igual à do real tradicional.
A instituição ressalta que os bancos não poderão emprestar a moeda a terceiros para depois remunerar os clientes.
No que diz respeito à segurança, Neto afirma que não será necessário elaborar uma nova regulamentação para a moeda digital, uma vez que ela herda as normas da moeda tradicional.
HISTÓRICO PELO MUNDO
Conforme reporta a Exame, as Bahamas já possuem uma moeda digital que equivale ao dólar do país.
Os testes foram iniciados em 2019 e, um ano depois, a modalidade foi implementada como solução para a cara movimentação de dinheiro físico frente à grande quantidade de ilhas que compõem a região.
Na época, a China também entrou para a lista de países interessados na inovação, iniciando o projeto-piloto do yuan digital. Hoje, mais de 200 milhões de cidadãos já utilizaram o aplicativo do Banco Central da nação.
Já no ano ado, a Suécia entrou na terceira fase de testes da coroa sueca digital, batizada de E-krona, para formular a base de seus requisitos caso o projeto seja bem-sucedido e implementado.