Região da Procergs sofreu forte alagamento. Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini.
A Procergs, estatal de tecnologia do Rio Grande do Sul, conseguiu religar o seu data center nesta segunda-feira, 23, colocando de volta ao serviços chave para o estado que estavam fora do ar desde a inundação do local, no dia 6 de maio.
De acordo com a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Rio Grande do Sul, estão sendo usados três geradores de grande porte (2200 Kw) nove toneladas de cabos e um novo sistema de no break com 13 toneladas de equipamentos.
O data center foi religado em um ambiente elevado a seis metros de altura a partir do solo.
O processo como um todo envolveu 700 profissionais e foi dividido em três partes, começando pela infraestrutura elétrica e térmica, ando pelos equipamentos de TI propriamente ditos (4 mil itens no total) e finalmente os sistemas e dos serviços em si.
A Procergs istra mais de 900 sistemas, que cumprem as mais diversas funções em diferentes áreas da istração pública.
A sede da empresa, e o seu data center, ficam a cerca de um quilômetro em linha reta do Guaíba. Na segunda-feira, 6, essa região de Porto Alegre foi inundada quando uma casa de bombas próxima deixou de funcionar por falta de energia elétrica.
A água chegou a 1,8 metro dentro da Procergs, afetando principalmente o quadro elétrico, no-breaks e geradores localizados no subsolo e obrigando a empresa a desligar servidores e mainframes por segurança.
Porto Alegre já estava sofrendo inundações em outras áreas desde a sexta-feira, 3, e o fim de semana antes do desligamento foi de atividade frenética na Procergs, com a equipe da estatal tentando subir a maior parte de sistemas na nuvem do Serpro.
Em entrevista para o Jornal do Comércio, o presidente da Procergs, Luiz Fernando Záchia, fez um balanço da operação, que até o momento já custou R$ 10 milhões só na substituição de cabos, nobreaks e instalações elétricas, entre outros.
Um lado positivo é que a Procergs conseguiu manter os serviços da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, responsável pela folha de pagamento e o processamento de notas eletrônicas gaúchas e de Santa Catarina, Alagoas, Piauí e Paraíba.
O serviço mais impactado foi o Detran, que ficou parado 20 dias no Rio Grande do Sul, sem conseguir processar multas ou fazer registros de veículos, por exemplo.
“A Procergs mostrou primeiro uma competência muito grande do seu quadro funcional, uma dedicação e um comprometimento imensos. Houve funcionários que viraram 24 horas trabalhando, diretores ficaram dois dias sem dormir”, disse Zacchia ao JC.
De acordo com Záchia, um político ligado ao PMDB que foi nomeado para o cargo em outubro do ano ado, não há planos no momento de trocar o data center ou a empresa de lugar.
“Não há necessidade, temos agora que fazer adequações físicas, por exemplo, preservar essas partes elétricas para que não fiquem sujeitas a novamente acontecer isso. Tem que deixar em condições para o caso de acontecer algo semelhante não se tenha uma interferência. O prédio é muito bom, vamos fazer adequações, talvez fazer um anexo para botar o data center, enfim, agora vamos com calma olhar, planejar e discutir isso”, afirma Zacchia.
Vale ressaltar que uma coisa é a localização física de um data center e outra é o papel que ele pode ter dentro de uma arquitetura, composta por outros centros de dados (como agora os do Serpro) e também provedores de nuvem pública.
A Procergs vinha dando os importantes nessa última direção. Em 2022, a estatal gaúcha liderou uma compra conjunta de nuvem por 11 estatais de tecnologia em todo o país. Foram adquiridos serviços da Oracle, Huawei Cloud e AWS, no valor total de R$ 224,98 milhões.
Maurício Renner 1r206e
Editor at Baguete Diário