
Fibra óptica mais rápida do mundo. Foto: Depositphotos.
Pesquisadores japoneses e britânicos do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação (NICT) de Koganei, Japão, quebraram o recorde de transmissão de dados por fibras ópticas, atingindo um novo recorde mundial.
Utilizando fibras de nível comercial, o grupo conseguiu superar em quatro vezes a capacidade de sistemas atuais e atingir 402 terabits por segundo, superando em 33% o recorde anterior.
O feito foi possível devido ao uso de amplificadores ópticos avançados, dispositivos que aumentam os sinais em banda que não eram utilizados na tecnologia convencional.
A pesquisa contou com a colaboração da Nokia Bell Labs e da empresa Amonics, sediada em Hong Kong.
Ambas desenvolveram uma tecnologia composta por seis amplificadores ópticos capazes de transmitir sinais através de várias bandas de comprimento de onda, incluindo as menos populares (U, L, S, E e O) e a banda C, que é a padrão na comunicação por fibra óptica.
A combinação dessas bandas fez com que a velocidade de transmissão chegasse aos 402 Tbps através de cabos existentes, tanto subterrâneos quanto submarinos. A nível de comparação, os melhores sistemas comerciais atuais alcançam 100 Tbps.
Em uma pesquisa recente da Aston University, de Birmingham, Inglaterra, pesquisadores alcançaram a marca de 301 Tbps utilizando uma tecnologia semelhante à dos pesquisadores nipo-britânicos.
Ben Puttnam, um dos pesquisadores, destacou ao site Spectrum IEEE que a largura de banda poderia ser ainda maior, chegando a um limite teórico de 600 Tbps, otimizando todos os canais possíveis.
Esforços anteriores para ampliar a largura de banda das fibras ópticas utilizaram amplificadores de fibra dopada (DFA).
No entanto, a equipe de Puttnam desenvolveu um DFA co-dopado com bismuto e germânio, otimizado com um filtro especial da Nokia, que melhora a qualidade do sinal sem sobrecarregá-lo.
Além de melhorar os amplificadores para outras bandas além da C, a pesquisa enfatiza que a implementação dessa tecnologia nas infraestruturas existentes seria relativamente simples, exigindo apenas a troca de transceptores e, em alguns casos, amplificadores intermediários.
Polina Bayvel, professora de comunicações ópticas e redes na University College London, sugere que os transceptores do futuro precisam ser inteligentes e adaptáveis, usando técnicas de IA e aprendizado de máquina para maximizar a eficiência das redes de fibra óptica.
Os detalhes dessa pesquisa foram apresentados na Conferência de Comunicação por Fibra Óptica 2024, em San Diego, sinalizando um futuro promissor para as comunicações de alta velocidade.