
Carlos Roberto Carnevali, fundador da Cisco no Brasil e ex-VP da multinacional para América Latina e Caribe, foi absolvido em primeiro grau pela Justiça Federal, das acusações relacionadas à operação Persona, de 2007.
O executivo era acusado de ser um “sócio oculto” da Mude, distribuidora da Cisco que é a acusada pela Polícia Federal, junto com a multinacional, de ter sonegado R$ 1,5 bilhão em impostos.
O Ministério Público ainda pode recorrer da decisão da 4ª Vara da Justiça Federal Criminal de São Paulo.
No mesmo processo, foram condenados a cinco anos e dois meses de prisão Fernando Machado Grecco, ex-diretor de marketing da Mude, Marcelo Naoki Ikeda, ex- diretor comercial da Mude e Moacyr Alvaro Sampaio, um dos principais dirigentes da empresa.
Hélio Benetti Pedreira, outro dos dirigentes da Mude, foi absolvido.
Em nota divulgada à imprensa, Carnevali não economiza críticas à Cisco, lembrando que não recebeu “nenhum apoio da corporação”, que “nem ao menos ter se inteirado dos fatos mais simples em relação ao ocorrido”.
O executivo foi demitido enquanto ainda se encontrava preso na Polícia Federal, após 15 anos na empresa.
“O juiz da 4a Vara Criminal restabeleceu a verdade dos fatos. Agora cabe a Cisco restabelecer a dignidade de sua conduta”, afirma a nota de Carnavali, sem esclarecer o que espera da multinacional.
Em 2008, Carnevali lançou um livro, “60 anos, 60 dias”, uma menção a sua idade e ao número de dias que permaneceu na carceragem da PF.
Atualmente, o executivo atua com consultoria a ONGs, entidades filantrópicas e pequenas empresas.
A operação Persona não afetou os resultados da Cisco no país. Segundo informações publicadas pelo Baguete Diário, a companhia fechou 2007 com um resultado 10% acima do previsto.
A Mude foi afastada da rede de distribuidores e cedeu lugar à Ingram, que já atuava junto à fabricante norte-americana, e à Westcon.