Luzandro Tietbohl, gerente de TI da Ouro e Prata.
Viajar em ônibus no meio do nada, com conexão de Internet a 220 MB por segundo.
Parece difícil de acreditar, mas é a promessa da Viação Ouro e Prata, uma das maiores empresas de transporte rodoviário intermunicipal do país.
De acordo com a Ouro e Prata, nos próximos três meses a metade dos ônibus da empresa já terão o novo serviço, batizado de Opconecta.
Ele substitui um mecanismo anterior, que gerava o Wi-Fi a partir do sinal das operadoras de telefonia em uma determinada região.
Como qualquer um que fez uma viagem mais longa de ônibus sabe, esse tipo de conectividade é algo frustrante.
A promessa agora é outra: conectividade o tempo todo, com velocidades que, nos testes, chegaram a bater nos 220 MB/s.
“Isto representa mais de 200 colaboradores trabalhando em uma empresa, ou a possibilidade de assistir 300 vídeos simultâneos, por exemplo”, explica Luzandro Tietbohl, gerente de TI da Ouro e Prata.
Tietbohl e a equipe de TI da Ouro e Prata testaram pessoalmente a novidade.
Em um vídeo publicado no Instagram, o time da TI Ouro e Prata faz diferentes testes ao longo de uma viagem de quase 600 km entre Porto Alegre e Santana do Livramento, na fronteira com Uruguai (a cidade é um destino popular de compras para gaúchos, pelos free shops do lado uruguaio).
A gravação do “bus office” mostra os funcionários vendo séries no Amazon Prime, fazendo vídeo chamadas com várias pessoas, ouvindo música no Spotify ou postando vídeos no Tik Tok (o time de TI fez inclusive uma dancinha), todas atividades intensivas em e .
Como quem já cruzou o Pampa sabe, as cidades na região ficam muito afastadas uma das outras e no meio o que tem são campos sem fim e um boi aqui e acolá. A conectividade celular é inexistente na maior parte do tempo.
De acordo com Tietbohl, a empresa vem trabalhando no projeto nos últimos três anos.
A reportagem do Baguete perguntou, mas a Ouro e Prata não abre o jogo sobre qual é a combinação de provedores que fazer o Opconecta funcionar, falando apenas em uma mistura de “tecnologia nacional e internacional”.
A resposta é vaga, mas uma combinação possível (também a mais conveniente economicamente) seria seguir usando a conectividade das operadoras, complementada por diferentes provedores de satélite nas áreas de sombra.
A Ouro e Prata pode também ter investido numa nova distribuição de roteadores dentro dos ônibus, ou numa análise mais detalhada da demanda de consumo em diferentes rotas, visando uma alocação mais inteligente de recursos.
A empresa não abriu quantos ônibus têm circulando hoje em dia. Em março de 2022, uma matéria do gaúcho Jornal do Comércio falava em 250 ônibus em sua frota nacional, atuando em âmbito intermunicipal (no Rio Grande do Sul), interestadual (em 10 estados brasileiros: RS, SC, PR, SP, MS, MT, TO, GO, PA e MA) e internacional, com operação na Argentina e Uruguai.
Maurício Renner 1r206e
Editor at Baguete Diário