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Milei encontra elite do Vale do Silício 5k1d3r

Ideologia ultra liberal do presidente argentino deve agradar, mas isso é o bastante? 511s3k

28 de maio de 2024 - 11:27
Javier Milei. Foto: Fórum Econômico Mundial/Ciaran McCrickard

Javier Milei. Foto: Fórum Econômico Mundial/Ciaran McCrickard

O presidente da Argentina, Javier Milei, deve se encontrar nesta semana com a nata do setor de tecnologia dos Estados Unidos. 

Segundo o governo argentino, Milei tem reuniões marcadas em São Francisco com Sam Altman, CEO da Open AI, Sundar Pichai, CEO do Google, Tim Cook, CEO da Apple, e com o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg.

Em entrevista ao jornal argentino La Nación, Milei disse que a sua meta é fazer da Argentina o quarto maior polo da Inteligência Artificial. 

Hoje a Argentina é um polo regional importante de tecnologia, com grandes cases de sucesso como a Globant ou o Mercado Livre, mas não é conhecida por ser uma referência em AI, nem de longe. 

Os encontros acontecem nesta quinta e sexta, 30 e 31 de maio. As agendas podem ter contado com uma ajudinha de Elon Musk, CEO da Tesla, com quem Milei se encontrou em Austin ainda em abril.

Musk e Milei conversaram sobre as reservas de lítio da Argentina, tidas como uma das maiores do mundo. O lítio é um dos principais componentes para baterias dos carros elétricos e um tema chave para Musk. 

Segundo o jornal argentino La Nación, Milei já bateu um recorde de viagens ao exterior nos seus primeiros seis meses de mandato: foram oito, nenhuma delas dentro da América do Sul.

Milei está de olho em um palco mundial, no qual tem atraído atenções com discursos libertários radicais e uma certa dose de confusão, como a criada com o governo de centro esquerda da Espanha ao participar de um evento do Vox, um partido populista de direita. 

Se não resolver colocar a mulher de ninguém no meio, como fez na Espanha com a esposa do primeiro ministro Pedro Sanchez, Milei deve ter uma boa recepção no Vale do Silício, um lugar cuja ideologia é forjada em boa medida por ideias liberais extremas. 

Uma das referências intelectuais de muitos empreendedores na área de tecnologia é a filósofa russo-americana Ayn Rand, cujo auge da sua influência intelectual em vida foi nos anos 1960, quando promoveu a doutrina moral do objetivismo.

Suas obras mais populares têm como personagens centrais empreendedores lutando para levar a cabo suas visões, em um mundo que tolhe o indivíduo e premia o conformismo e a mediocridade.

A visão de Rand do papel do empreendedor, que dá um toque moral à doutrina da destruição criativa do economista austríaco Joseph Schumpeter pode ser visto como a força motriz por trás de chavões como “Mexa-se rápido e quebre coisas”, um clássico do Facebook, ou ainda “É melhor pedir desculpas do que pedir licença”, do Uber.

Ambas não deixam de ser derivações de uma frase frequentemente atribuída a Ayn Rand: “A questão não é quem vai me deixar, é quem vai me impedir”.

Travis Kalanick, fundador do Uber, Steve Jobs, fundador da Apple, e o megainvestidor Peter Thiel são alguns dos fãs declarados da autora. 

Se tais afinidades intelectuais podem ter algum efeito em atrair investimentos para a área de tecnologia da Argentina, é outro papo.

A Argentina atravessa uma grande crise econômica, com a inflação batendo numa casa de 289% ao ano em abril e a economia encolhendo 8,4% em março. Milei já teve alguns sucessos na redução do gasto do governo e no controle da inflação, mas está longe de ter o controle político do país. 

Para analistas ouvidos pelo Financial Times, os investidores ainda não estão seguros para investir no país, e temem a volatilidade da política local (da qual a própria eleição de Milei, um anarco capitalista, não deixa de ser uma prova).

Outra preocupação imediata é a dificuldade em retirar dinheiro do país, pelos controles monetários.

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