
Fapesp terá o facilitado a verba do BNDES. Foto: Pixabay.
A Fapesp fechou um acordo com o BNDES que agilizará o o a crédito e investimento do BNDES para startups e empresas já apoiadas pela fundação de paulista de apoio à pesquisa nas áreas de Indústria 4.0 e Internet das Coisas.
O convênio é uma tacada e tanto para a Fapesp, que se torna a primeira instituição em nível estadual com uma parceria desse tipo com o BNDES.
O banco estatal já tem acordos similares com Finep e Embrapii, ambas federais.
A iniciativa tem dois públicos iniciais. O primeiro são as startups participantes Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe).
O programa já funciona a 20 anos e concede R$ 200 mil de crédito a fundo perdido para startups, que podem ser seguidos de R$ 1 milhão para desenvolvimento subsequente.
Ao longo dos anos já foram aplicados, R$ 360,2 milhões para 1,1 mil empresas financiarem 1.788 projetos.
É bastante dinheiro, mas o BNDES tem mais: o orçamento para startups nos próximos dois anos do fundo de participações BNDESpar é de R$ 250 milhões.
“Com a parceria, o BNDES não vai nem precisar fazer análise técnica, ela já está feita. Vamos fornecer imediatamente o nosso portfólio, o filé-mignon", disse ao Valor Econômico José Goldemberg, presidente da Fapesp.
Outro público alvo da parceria são os Centros de Pesquisa em Engenharia constituídos pela Fapesp e empresas como a Shell, Peugeot Citroën, GSK, Statoil, Natura, entre outras, em cooperação com universidades e institutos de pesquisa.
O acordo prevê, ainda, a avaliação conjunta de focos tecnológicos relevantes para formulação de políticas públicas e coordenação de esforços para investimentos no país, como o lançamento de chamadas conjuntas de projetos relacionados à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em manufatura avançada e internet das coisas (IoT).
O BNDES está no centro dos acontecimentos quando o assunto é Indústria 4.0, sendo, junto com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), uma das cabeças do Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), que será concluído até o fim do ano.
Segundo o secretário de Política de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, o investimento em IoT será um marco para a economia brasileira, comparável ao processo de privatizações ocorrido na década de 1990.
Um estudo prévio ao plano encomendado à consultoria McKinsey Global Institute, o escritório Pereira Neto Macedo Advogados e a Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (qD) aponta que o benefício esperado para o país poderá chegar a US$ 200 bilhões por ano em 2025, 10% do PIB atual.
Até pouco tempo atrás, a liderança em torno do assunto indústria 4.0 no país estava em ville, onde foi fundado no ano ado a Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII).
Ainda na semana ada, outra iniciativa importante surgiu: a vertical manufatura da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) lançaram o Cluster Nacional para a Indústria 4.0.
Mas São Paulo, o polo industrial mais importante do país, está se mexendo rápido. Além do acordo entre Fapesp e BNDES, na semana ada a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Fiesp, estão lançando um programa similar ao catarinense, batizado de Rumo à Indústria 4.0.
A movimentação tem razão de ser. O Brasil está atrasado no assunto Indústria 4.0.
De acordo com uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 2.225 empresas de todos os portes e foi feito em janeiro de 2016, a maior parte da indústria nacional ainda está começando o processo.
A análise da CNI divide a adoção de tecnologias dentro das diferentes etapas da cadeia de valor dos produtos industriais, desde o desenvolvimento até o uso, ando pela criação de novos modelos de negócio, produtos e serviços, um cenário mais avançado de Indústria 4.0.
De acordo com a CNI, a maior parte dos esforços feitos pela indústria no Brasil ainda está na fase dos processos industriais: 73% das empresas que afirmaram usar ao menos uma tecnologia digital, fazem isso na etapa de processos.
Outras 47% utilizam ferramentas digitais na etapa de desenvolvimento da cadeia produtiva e apenas 33% em novos produtos e novos negócios.