
Anderson Thees. Foto: Arquivo Pessoal / Linkedin.
A Endeavor, ONG internacional de fomento ao empreendedorismo, decidiu dar uma cacifada na operação brasileira, trazendo para o comando Anderson Thees, um executivo veterano no mercado de tecnologia e investimentos.
O novo diretor geral foi um dos fundadores da Redpoint e.ventures, um dos maiores fundos de investimentos em startups do Brasil, por meio do qual fez aportes em negócios em uma série de unicórnios brasileiros como Gym (hoje Wellhub), Creditas, Olist, Pismo e Rappi.
Thees estava trabalhando no Itaú há dois anos, ajudando o banco a montar uma estratégia de venture capital. Ele segue no conselho do Cubo, o hub de startups do banco brasileiro.
(Antes de entrar no mundo glamouroso dos investimentos no começo dos anos 2000, Thees foi um "cara de TI". Ele começou a carreira nos anos 90 como desenvolvedor de software em Juiz de Fora, Minas Gerais, ando nos anos seguintes pela Bosch e pelo UBS, na Suíça).
Com a entrada de Thees, deixa o comando da Endeavor Camilla Junqueira, cuja saída já estava acertada desde 2022.
Junqueira estava no comando desde 2018, e fez carreira na Endeavor, na qual ingressou em 2012 para coordenar um projeto, ando nos anos seguintes por cargos de gerência e diretoria.
O novo diretor geral chega com metas ousadas, expostas numa entrevista para o Brazil Journal.
De acordo com Thees, o plano é apoiar startups em busca do status de “decacórnios”, ou, traduzindo do jargão de startups, com uma avaliação de mercado de US$ 10 bilhões, dez vezes mais do que o US$ 1 bilhão que constitui um unicórnio.
A cotação do dólar hoje é de US$ 5,40, então Thees está se propondo transformar startups em empresas com um valor de mercado da JBS ou da Localiza, para citar duas empresas tradicionais cujo valor circula na casa dos R$ 50 bilhões. Parece meio forte.
“Se em 2012 a gente dissesse que teríamos mais de 20 unicórnios na América Latina em 2024, soaria como uma maluquice – do mesmo jeito que pode parecer loucura dizer que vamos ter esse número de decacórnios nos próximos doze anos, mas é factível”, disse Thees ao Brazil Journal.
A Endeavor chegou no Brasil quando tudo ainda era mato em termos de incentivo a startups, e hoje tem 70 funcionários apoiando cerca de 200 empresas por ano com mentoria, investimento e networking.
A ONG também tem R$ 150 milhões captados no fundo Scale-Up Ventures, que já investiu em mais de 70 startups.