
Decreto de Lula salvou o Ceitec. Foto: Divulgação.
O Ceitec, estatal federal de chips, seguirá funcionando em Porto Alegre.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta segunda-feira, 6, um decreto que reverte o processo de dissolução societária da empresa, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
A decisão de fechar o Ceitec foi tomada ainda em 2020 durante o governo Bolsonaro e seguia valendo, pelo menos no papel.
Fundado durante o governo do petista Olívio Dutra no Rio Grande do Sul no começo dos anos 2000, o Ceitec foi federalizado durante a segunda presidência de Lula em 2008 e já havia ampla sinalização que o novo governo manteria a estatal aberta.
O centro é focado em projetar e fabricar circuitos integrados, chips, módulos e tags de identificação por radiofrequência. Ficou conhecido por desenvolver chips para monitoramento de gado, o “chip do boi”, mas nunca chegou a operar no azul.
“A retomada do Ceitec representa uma oportunidade importante para impulsionar o setor de semicondutores, aumentando a competitividade e relevância do Brasil no mercado global”, disse a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos.
O problema a a ser agora como fazer isso, uma vez que colocar a empresa de novo em condições de operar pode custar uma pequena fortuna.
O Ceitec entrou em coma induzido durante o governo Bolsonaro, perdendo boa parte da equipe, entre demissões ordenadas por Brasília e saída de profissionais por conta própria.
Conforme a Associação de Colaboradores e Ex-colaboradores da empresa (Acceitec), cerca de 70 funcionários trabalham no serviço de manutenção dos espaços e equipamentos da Ceitec, um pouco mais de um terço da cifra inicial.
A propriedade intelectual do Ceitec foi parar na Softex, uma OSCIP focada na promoção do setor de software brasileiro, que foi a única interessada nos ativos.
O Ceitec está hoje sob o comando de Augusto Cesar Gadelha Vieira, um quadro técnico de confiança do PT.
Gadelha foi secretário de Política de Informática e diretor no Datasus durante os governos de Lula.