Fibra das pequenas não vai dar para o gasto. Foto: Depositphotos.
O número de pequenos provedores de internet (ISPs, no jargão da área de telecom), vai diminuir dramaticamente nos próximos anos, caindo dos atuais 15 mil registrados na Anatel para a metade, ou até mesmo um terço.
Cidades nas quais hoje oito provedores competem entre si devem ser atendidas por três concorrentes de maior porte.
Pelo menos, é o que acredita José Roberto Nogueira, CEO da Brisanet, que comentou o assunto durante a conferência de resultados da empresa nesta terça-feira, 21.
Segundo Nogueira, o problema é a mudança no mercado e falta de capacidade de investimento de muitos ISPs, que já enfrentam forte concorrência nos mercados mais periféricos, não atendidos pelas grandes operadoras.
Para o CEO da Brisanet, a situação é igualmente ruim tanto para provedores pequenos, mas completamente legalizados, quanto para os irregulares, que não recolhem impostos e ocupam postes à revelia.
“Acredito que os ISPs, mesmo os que são irregulares, não vão sobreviver nos próximos anos. A situação hoje, daqui pra frente, será bem diferente do que vinha sendo, em que ao construir fibra vinham os clientes”, disse Nogueira.
Para ele, agora “ou se investe muito, ou a empresa vai fechar em dois a três anos” e a maioria dos provedores regionais não têm o dinheiro para investir.
A Brisanet, fundada em 1998 no Ceará e com forte atuação no Nordeste, claramente pretende ficar no time dos sobreviventes.
Ainda em 2021, a empresa levantou R$ 1,25 bilhão em sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3, bolsa de valores oficial do Brasil.
A Brisanet ganhou uma fatia do 5G para a região e no Centro Oeste, na qual pretende chegar a ter 25% do mercado nas capitais três anos depois de ativada a rede.
Ao todo, a operadora vai investir R$ 2 bilhões na implantação do 5G no Nordeste, dos quais, R$ 350 milhões apenas este ano.
Maurício Renner 1r206e
Editor at Baguete Diário