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SXSW não é sobre o futuro 5853

Precisamos de senso crítico, uma pitada de ceticismo e outra de desconfiança. 3j6t8

20 de março de 2018 - 13:40
Jonatas Abbott, diretor da Dinamize. Foto: Divulgação.

Jonatas Abbott, diretor da Dinamize. Foto: Divulgação.

Por Jonatas Abbott*
South by Southwest. Cool. As guitarras ecoam pelas ruas de Austin, Texas. De verdade, é difícil estar em qualquer lugar de downtown e escapar do som de pelo menos uma ou duas excelentes bandas de soul, rock, jazz e blues.

O tom do SXSW vai além. Casas vestidas das grandes marcas que fazem nosso dia a dia na internet. Experiências de marcas como Mercedes, You Tube, Sony e etc. Festas de vários países, pessoas maravilhosas de toda a parte, falam em mais de 350 mil tomando de assalto a cidade texana de 950 mil habitantes.

Nos palcos mais de 2 mil conteúdos diferentes a disposição. Alguns dos maiores nomes da atualidade estão lá, como Elon Musk, Melinda Gates, Ray Kurtzwail. Sim, a força do evento contamina a todos. E todos representam uma parcela ainda bem maior de pessoas. E todas, de colaboradores de empresas a ávidos leitores de sites e blogs querem algo bem claro: NOVIDADES.

Todos querem saber do futuro, de Marte, de carros autônomos, ou ainda melhor, de carros autônomos voadores. Querem saber quando chegaremos no planeta vermelho. Querem saber das máquinas, do Terminator (não à toa Arnold himself andou por lá), de machine learning, de AR, VR e outras siglas malucas.

E amigo ou amiga, essas empresas tem que entregar. Tem que atender as expectativas. Sabem por que ? Porque senão suas ações caem. E acredite, ninguém quer ações caindo. O mercado do futuro, da tecnologia, do novo. É um mercado de bilhões de dólares. E ele vive de número de usuários e vender expectativas. Elon entrega? Sim, sua Tesla está aí mais do que nunca. Mas suas promessas são ainda mais sedutoras e geram ainda mais dinheiro. 

E o Google e o Facebook? E o YouTube? E a Waymo (empresa de carros autônomos do Google que andou por lá prometendo “coisas” para 1 ou dois anos)? Essas empresas tem que ano após ano mostrar musculatura. Mostrar que entrega. Que estará à frente da colega de palco no Austin Convention Center.

Em alguns aspectos a gente não é muito de cobrar sabem? Nem lembramos as promessas do SXSW 2017... 

A gente gosta mesmo de expectativas. Em 2 anos começam viagens pra Marte, em 2 anos teremos ruas cheias de carros autônomos, em 2 anos começam a desaparecer os smartphones, em 2 anos milhões de empregos desaparecerão.

Quanto mais a apresentação do palestrante fizer sentido, quanto melhor embalado estiver seu projeto e atender a expectativa do povo mais suas ações crescem de valor.

Penso que muitas dessas empresas que povoam o SXSW, talvez os maiores keynotes não estejam necessariamente dividindo conosco o futuro. 

Talvez alguns, algumas empresas, talvez uma boa parte delas estejam mesmo em busca de corações e mentes. E dos dólares que vem com eles. 

Vamos voltar ao Texas ano que vem. Mas precisamos mais do que nunca de senso crítico. De uma pitada de ceticismo e outra de desconfiança. Ano após ano as coisas parecem bastante avançadas. Parecem bastante.

* Jonatas Abbott é diretor da Dinamize e esteve na última edição do South by Southwest em Austin.

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