João Cruz, da Closer. Foto: Baguete.
Andando pelos estandes da BITS, um dos pontos que chamou a atenção foi o considerável número de empresas portugueses presentes no evento, de olho no mercado brasileiro para expandir seus negócios.
O país sofre os efeitos da recessão financeira que atinge muitos países europeus, com um índice de desemprego na casa dos 15%, segundo dados do governo local. Em 2013, Portugal registrou o terceiro ano consecutivo de queda em seu PIB, caindo 1,4% para € 165,8 bilhões.
Para estimular o crescimento de seus negócios, empresas como a Closer, focam na expansão internacional para garantir seu crescimento e expandir seu faturamento, que fica na casa dos € 3,5 milhões.
Com sede em Lisboa e escritório em Londres, a empresa desenvolve sistemas de BI, mobilidade e visualização de dados (dashboards) com foco principal voltado ao segmento financeiro.
Segundo destaca João Cruz, co-fundador da Closer, a presença na BITS serve como um termômetro para o mercado do país e do sul do país. Embora itiu que a empresa não tenha fechado nenhum negócio durante a feira, ele ite estar satisfeito com a prospecção realizada.
"É um mercado muito atrativo para nossa empresa. Ainda não estamos oficialmente estabelecidos no país, mas já começamos a oferecer alguns de nossos produtos. Nossa expectativa é que no segundo semestre teremos uma operação local, trazendo mais produtos", explica Cruz.
Além da Closer, que participou da feira de forma independente, um espaço da BITS recebeu empresas portuguesas que vieram ao evento como participantes de uma missão da Associação Nacional das Empresas de Tecnologias de Informação e Eletrônica (Anetie).
Através da marca .pt, plataforma que reúne um grupo com mais de 100 empresas europeias, a maior parte provenientes de Portugal e da Espanha, a Anetie trouxe um grupo de dez empresas na busca de contatos e negócios na BITS. Participando de eventos e conferências internacionais em todo o mundo, a .pt assegurou um volume de negócios superior a € 10 bilhões, desde sua criação em 2011.
Uma as empresas desta iniciativa é a Advantis Solutions, empresa de Lisboa com cerca de 50 profissionais e especializada em soluções com dados cartográficos e gerenciamento de informações de georreferenciamento (GIMS).
Com projetos em seu país natal, assim como em Moçambique e Angola, e um faturamento de € 1,5 milhão/ano, a empresa agora aposta no Brasil. Conforme explica João Vila Luz, diretor da empresa, a BITS é o primeiro contato da companhia com o mercado brasileiro.
De acordo com o executivo, embora a expectativa para o país seja boa, o ritmo de negócios na BITS foi abaixo do esperado.
"Foi interessante para conhecer de perto como está o mercado daqui, mas esperava uma movimentação maior", desabafa o executivo.
Mesmo que poucos negócios foram efetivamente fechados pela comitiva portuguesa, Tiago Valente, diretor geral da Anetie, destacou bons resultados conseguidos pelas empresas nas rodadas de negócios promovidas pelo evento em seu espaço de business match making.
"Foi interessante para saber das necessidades de tecnologia que o Brasil tem, e como podemos suprir esta lacuna", diz o executivo.
No entanto, mesmo com claras vantagens como a facilidade de comunicação devido a também usar a língua portuguesa, Valente ite que a entrada do mercado brasileiro é complicada.
"Estamos lidando com um cenário tecnológico muito maduro aqui no Brasil. Hoje não existem mais muitas diferenças em recursos entre empresas de TI em diferentes países. Temos possibilidades, mas é preciso ser altamente competitivo", observa.