
WeWork afundou. Foto: Depositphotos
A WeWork, rede global de espaços de coworking, entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça dos Estados Unidos na noite da última segunda-feira, 6.
A companhia reportou cerca de US$ 19 bilhões (aproximadamente R$ 92,75 bilhões) em dívidas. No pedido, foram listados ativos de US$ 15 bilhões.
Em comunicado, a empresa afirma ter chegado a um novo acordo de reestruturação de dívidas com credores que representavam quase 92% de suas notas garantidas.
Além disso, a proposta é simplificar seu portfólio de aluguel de espaços de escritório.
Segundo a Bloomberg Línea, o declínio da WeWork começou em 2019, quando a companhia não seguiu com os planos de lançar uma oferta pública inicial de ações (IPO) após descobrir fragilidades operacionais e de governança.
Com isso, a empresa demitiu milhares de funcionários e buscou um resgate de bilhões de dólares nos seus principais investidores, entre eles o SoftBank.
Os problemas foram agravados pela pandemia da Covid-19, que fez explodir o modelo de trabalho em home office.
Em março deste ano, a WeWork já havia chegado a um acordo de reestruturação. Na época, assinou uma reestruturação extrajudicial que cortou US$ 1,5 bilhão em dívidas, além de estender outros vencimentos.
Em agosto, porém, a companhia voltou a ter problemas financeiros, afirmando que possuía “dúvidas substanciais” sobre sua capacidade de operação.
No mesmo período, a empresa informou que iria renegociar seus contratos de locação e sairia de locais com baixo desempenho.
“A WeWork está solicitando a capacidade de rejeitar os arrendamentos de certos locais, que são em grande parte não operacionais e todos os membros afetados receberam aviso prévio”, publicou a companhia na ocasião.
Em um levantamento feito em junho, a WeWork tinha 777 estabelecimentos em 39 países — ocupação próxima a 2019, quando chegou a ter um valuation de US$ 47 bilhões, sendo a maior locatária de escritórios em Manhattan.
Além do pedido nos Estados Unidos, a companhia pretende entrar com um processo de reconhecimento no Canadá, mesmo que as unidades de outros lugares não façam parte do processo de recuperação.
Ainda segundo a Bloomberg, franqueados da empresa no mundo não devem ser afetados, pois o atendimento a membros, fornecedores e parceiros deve continuar como parte dos negócios normais.
No Brasil, a WeWork opera desde 2021 por meio de uma t venture com o SoftBank Latin America Fund.