Crianças ainda geram alguma demanda por tablets. Foto: Shutterstock
As vendas de tablets caíram 20% no primeiro trimestre de 2015 no Brasil, atingindo um total de 1,78 milhão de dispositivos vendidos.
O IDC, que publicou as cifras, esperava uma queda, mas menor, com pelo menos 13% de aparelhos vendidos, o que deixaria a cifra um pouco acima de 2 milhões.
O instituto atribui a queda nas vendas à alta do dólar, as diminuições do crédito e da confiança do consumidor na economia brasileira.
“Diante do cenário econômico brasileiro, o resultado foi positivo”, afirma Pedro Hagge, analista de pesquisas da IDC Brasil.
Segundo ele, a alta do dólar gerou ree de preços de até 17% em relação ao quarto trimestre de 2014, afetando as vendas para o consumidor final e para o mercado corporativo.
É uma combinação especialmente tóxica: 94% dos tablets vendidos no país foram para consumidor final, 6% para corporativo e 70% custaram menos de R$ 500.
“A tendência é o preço continuar subindo e as vendas caindo”, completa Hagge.
Até o final do ano, a consultoria prevê que sejam vendidos 8,1 milhões de tablets e notebooks 2 em 1 com tela destacável, 14% a menos na comparação com o volume comercializado durante todo o ano de 2014.
Outros fatores além dos preços influenciam a queda de vendas nos tablets.
“Temos visto que a procura pelo produto tem diminuído ao longo dos meses. Isso acontece por dois fatores: a má experiência de uso e a canibalização do mercado devido aos phablets e outros dispositivos com tela grande”, explica.
Já no ano ado, quando as vendas cresceram 13%, chegando a 9,5 milhões, o desempenho ficou 500 mil unidades abaixo do esperado pelo IDC.
Para Hagge, isso não significa o fim dos tablets, pois a categoria ainda é atrativa para alguns nichos específicos. "Crianças e, principalmente o segmento da educação, ainda influenciam no consumo desses aparelhos", completa.