
Unifique vem fazendo aquisições em série. Foto: Pexels.
A Unifique comprou mais dois provedores de o de Internet: Neofibra, de Santa Catarina, e o grupo TKNet, do Rio Grande do Sul.
A maior delas é a TKNet. Sediada em Taquari, uma cidade de 26 mil habitantes a 100 km de Porto Alegre, a empresa atende 15 mil clientes na região.
A Neofibra tem um perfil similar. Sediada em Benedito Novo, uma pequena cidade de 11 mil habitantes perto de Blumenau, a empresa tem 4,3 mil clientes.
De grão em grão, a Unifique vai ampliando sua base de clientes. Nos últimos dois anos, a empresa fez 18 aquisições, triplicando de tamanho e chegando em 143 cidades e 350 mil clientes.
Até pouco tempo atrás, quase toda a base ficava em Santa Catarina. A Unifique entrou no Rio Grande do Sul comprando a Naja Telecom, o maior player da Serra Gaúcha com 31 mil clientes em 16 cidades.
Nos últimos três anos, o faturamento da empresa aumentou a uma taxa média de 65% ao ano, chegando a R$ 286 milhões em 2020 — alta de 75% em relação ao ano anterior.
Dinheiro para seguir comprando não vai faltar. A empresa, segundo maior provedor regional de fibra óptica do Brasil, levantou no final de julho R$ 818 milhões com sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3.
Do valor captado, 40% deve ser usado para ar o crescimento orgânico, enquanto outros 40% vão para a realização de aquisições estratégicas de outros players na região Sul do Brasil.
Os 20% restantes serão investidos na expansão da equipe técnica, comercial e de pesquisa e desenvolvimento, além de outros investimentos.
Fundada há 24 anos por Fabiano Busnardo, um ex-faccionista da Hering, a Unifique começou vendendo “o discado” para alguns poucos clientes em Timbó, hoje uma cidade catarinense de 44 mil habitantes e terra natal do fundador.
Busnardo tem como sócio Clever Mannes, na época dono de uma das maiores lojas de computadores de Timbó, que aplicou R$ 80 mil e hoje é dono de 37% da empresa.
Em Santa Catarina, a Unifique já é o segundo maior player em números de conexões, atrás apenas da Claro/Net. Considerando apenas fibra óptica, é líder disparada com 24,5% de share.
O Brasil tem mais de cinco mil provedores regionais, espalhados por partes do país que não são atendidas por grandes operadoras.
Mas o setor está mudando rápido. As grandes operadoras estão chegando cada vez mais com fibra óptica em cidades na faixa dos 100 mil habitantes, o tradicional campo de atuação dos provedores regionais.
A reação está sendo consolidação, visando criar players mais parrudos. A EB Capital, gestora de private equity de Eduardo Sirotsky Melzer, levantou no ano ado R$ 2 bilhões para a EB Fibra, seu projeto de banda larga.
Outra empresa que está investindo forte é a Vero, atualmente presente em 127 cidades, atendendo 400 mil clientes espalhadas por Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O plano de investimentos é de R$ 1 bilhão até 2023.
Quem está bancando as compras é o fundo Vinci Partners, que criou a empresa em 2019 e, desde então, já fez 15 aquisições de provedores regionais.