
Sílvia Andrade, a nova diretora da Unico.
A Unico, antiga o Digital, contratou Sílvia Andrade, uma executiva com agem em grandes multinacionais de produtos para o consumidor final, para assumir o cargo de diretora de produto da empresa, com a função de liderar novos lançamentos da companhia.
A informação é de fontes de mercado e foi confirmada pelo Baguete.
O background de Andrade não é o mais típico para uma pessoa com essa função em uma empresa de tecnologia.
Nos últimos dois anos, ela foi diretora de marketing em duas divisões diferentes da Johnson & Johnson, cuidando de marcas como Hipoglos, Listerine e Band Aid.
A executiva também ou pela diretoria de bebidas não alcoólicas da Kirin, um negócio na casa do R$ 1,5 bilhão anual.
Andrade tem ainda uma agem de 10 anos na Procter & Gamble, onde começou como estagiária em 2002 e terminou como responsável por produtos como Pantene e Head & Shoulders.
A experiência profissional prévia da nova diretoria de produto da Unico parece indicar que a empresa tem a ambição de tornar a marca um sinônimo do produto biometria facial, mais ou menos como a Gillete é para lâminas de barbear.
Andrade, aliás, foi gerente da marca Gillete na sua agem pela Procter & Gamble.
É o tipo de ambição que não costuma estar na agenda de empresas de tecnologia no Brasil, mas a Unico está em um momento em que um objetivo desses não parece descabido.
No começo do mês, a empresa trocou o nome para “unico”, assim mesmo, tudo em minúsculas e sem acento, justificando na época a decisão com o objetivo de que o novo nome fosse “o mais simples e universal possível”.
A abordagem, é novamente, é típica de produtos voltados para consumidor final, ou, para dizer de outra forma, que Dona Adelaide, mãe desse repórter que vos escreve, possa conhecer.
(A reportagem do Baguete, em uma adesão obstinada às regras da gramática, insiste em escrever o nome com maiúscula, como convém a um substantivo próprio, mas fez a concessão de não acentuar uma proparoxítona).
As ambições são bancadas por muito dinheiro. A o Digital acaba de levantar R$ 580 milhões em rodada série B liderada pelo Softbank e pela General Atlantic.
Fundada em 2007, a o Digital se define como “a primeira IDTech brasileira”.
IDtech é como se definem as startups com soluções de biometria, dentre as quais as de biometria facial estão no momento em alta.
A o Digital começou na área de eletrônica e nos últimos anos colocou as fichas em biometria facial, inclusive a meta de "se tornar o SPC quando o assunto é reconhecimento facial”.
A empresa afirma já ter informações que permitem identificar um terço da população economicamente ativa do país (a o Digital não abre o número exato mas isso é cerca de 30 milhões de pessoas).
Bancos digitais como Neon, Digio e Banco CBSS já são clientes da companhia.
MERCADO EM ALTA
O mercado de identificação, ou biometria, é quente, devendo chegar a R$ 1 bilhão até o fim do ano até o final do ano, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital (Abrid).
Um dos mercados mais quentes é o de bancos e fintechs, que usam o reconhecimento do rosto como uma forma de evitar fraudes. Outros são o varejo e o comércio eletrônico.
No ano ado, Itaú, Banco Pan, Nubank, SulAmérica, Gol, Viajanet e outros anunciaram projetos na área, muitas vezes sem abrir quem é o fornecedor.
Outros concorrentes vem despontando, embalados por dinheiro de fundos de investimento.
Uma das que mais levantou dinheiro foi a Idwall. Fundada em 2016, a companhia já recebeu R$ 51 milhões em três rodadas de investimento. A empresa já conta com clientes como Loggi, Movida, Cielo, Banco Original, OLX, entre outras.
A Unike Technologies, uma startup de biometria facial, captou na semana ada um aporte de R$ 3 milhões, em uma transação liderada pela Reussite, fundo liderado por Isaac Lazera, sócio da Extrafarma.
Em junho, a Payface, uma startup de pagamentos por reconhecimento facial, captou R$ 3 milhões em rodada seed liderada pela empresa BRQ Digital Solutions, o fundo Next A&M e a aceleradora Darwin Startups.