
Tarso Genro. Foto: divulgação.
Em 2013 o Rio Grande do Sul deve ter um crescimento dobrado em relação ao Brasil, que, conforme projeções do ministro Guido Mantega, terá expansão de PIB nacional em torno de 3% este ano.
Quem faz a projeção é o governador Tarso Genro, que tratou sobre o tema Desenvolvimento Econômico e Federação em palestra no primeiro Tá Na Mesa de 2013, na Federasul, nesta quarta-feira, 20.
Genro acredita que os resultados positivos da indústria levantados em janeiro deste ano, a arrecadação de fevereiro e os bons resultados da Expodireto mostram o caminho deste crescimento acentuado.
"Os bancos de fábrica fecharam R$ 430 milhões em negócios, cerca de 205% a mais que no ano ado", afirmou.
Por exemplo, em janeiro o setor fabril avançou 0,5% na comparação com o mês anterior, a segunda alta consecutiva. Os dados foram divulgados em uma pesquisa da Fiergs.
Faturamento (4,9%) e compras industriais (13%) registraram os maiores aumentos entre os componentes que compões o índice.
O emprego (0,7%) seguiu a tendência de aceleração da atividade e apresentou em janeiro a primeira taxa positiva em 13 meses.
ENTRAVES
Na parte dos entraves do crescimento, Tarso destaca que algumas questões saem da alçada estadual e devem ser resolvidas pela União, como a unificação das alíquotas interestaduais, a restrição do perfil da dívida pública dos Estados e os precatórios.
Para o governador, a manutenção de duas alíquotas interestaduais de ICMS, de 4% e 7%, como defendem os Estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste, é um “o atrás” no combate à guerra fiscal.
Sobre os precatórios, Genro destacou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar inconstitucional o parcelamento dos precatórios gera um clima de “insegurança e indecisão”, conforme relata o Valor, colocando em risco o "pacto federativo e de toda a norma constitucional consagrada até agora”.
O governo gaúcho conta com um estoque de precatórios de R$ 6,8 bilhões, que segundo Tarso, está sendo pago "dentro da lei" - ou seja - parcelado ainda.
Em relação à saúde financeira do Rio Grande do Sul, foi enfático. "O RS não está saneado e nem será somente com recursos próprios?", frisou.
PPPs
Outro assunto abordado foi a necessidade e importância das parcerias Público-Privadas nas ações de desenvolvimento do Estado, inclusive entrando no assunto das rodovias e o plano de uma estrada estadual alternativo à problemática BR-116.
Segundo Tarso Genro, a proposta da estrada estadual será apressada ainda este mês.
"Um novo modelo de Parceria Público-Privada será apresentado ao Conselho Regional Metropolitano. Mas isso é obra para sete ou dez anos. Não podemos tratar como um desafogo imediato à BR 116", ressaltou.