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Choveu dinheiro para as startups no ano ado, principalmente no caso das fintechs. Foto: Pixabay.
As startups brasileiras captaram mais de US$ 3,5 bilhões (cerca de R$ 18,1 bilhões) em 2020, uma alta de 17% em comparação com o volume do ano anterior, de US$ 2,97 bilhões.
Os valores fazem parte do estudo Inside Venture Capital Brasil, realizado pelo hub de inovação Distrito e publicado pelo site NeoFeed.
Segundo a publicação, a cifra foi a maior desde 2011, quando o levantamento começou a ser produzido, e o número de rodadas no ano também foi o maior da série: foram 469 aportes.
A maioria dos investimentos (337) foi nos estágios anjo, pré-seed e seed, sendo 200 deles neste último. Somados, esses acordos totalizam US$ 172 milhões. Já as rodadas Series C lideraram o volume de recursos, com mais de US$ 800 milhões captados no período.
“Eu diria que 2020 foi o ano da resiliência e da consolidação do mercado de venture capital no Brasil. Muitos esperavam pelo pior. Mas a resposta de todo o ecossistema foi surpreendente”, afirmou Gustavo Gierun, cofundador do Distrito, ao NeoFeed.
O ano foi liderado pelos três novos unicórnios brasileiros, começando pela Loft, que recebeu um aporte de US$ 175 milhões já na primeira semana de 2020.
Em setembro, foi a vez da VTEX, com um investimento de US$ 225 milhões. Já a Creditas anunciou o feito em meados de dezembro, quando recebeu US$ 255 milhões.
A gestora mais atuante de 2020 foi a Bossa Nova, com 27 rodadas, seguida pelo Canary e pela Domo Invest, com 23 e 20 aportes, respectivamente.
O segmento financeiro foi o maior alvo dos investimentos entre as startups do país: as fintechs levantaram um total de US$ 1,7 bilhão em 2020, em 90 acordos. Uma delas foi a Neon, que captou US$ 300 milhões em rodada liderada pela General Atlantic.
Já as healthtechs atraíram US$ 104 milhões em 49 acordos, o segundo maior número de aportes. Um deles foi o da Sami, de planos de saúde, que captou R$ 84 milhões em outubro junto a fundos como Valor Capital e Monashees.
O varejo veio em seguida, com 40 investimentos que totalizaram US$ 360 milhões. Além disso, o setor se destacou na vertente de fusões e aquisições, com 19 transações envolvendo retailtechs no período.
Nesse espaço, as redes varejistas se sobressaíram. O Magazine Luiza ficou no topo do ranking entre as grandes empresas que compraram startups em 2020, com 11 acordos no ano. O maior deles foi em dezembro, com a aquisição da Hub Fintech por R$ 290 milhões.
Nas fusões e aquisições, as fintechs também ficaram na dianteira, ao lado da Tecnologia da Informação, com 22 transações cada.
Entre os compradores da área da tecnologia, destaca-se a Locaweb, que adquiriu cinco startups depois de levantar R$ 1,3 bilhão em seu IPO, em fevereiro. Seu quinteto incluiu as empresas Social Miner, Etus, Vindi, Ideris e Melhor Envio.
Ao todo, o ano teve 163 fusões e aquisições envolvendo startups, o que representou um crescimento de 154% sobre o volume de 2019. Do total de negócios, 117 ocorreram no segundo semestre.