
abordou os assuntos nesta quinta-feira, 30. Foto: Baguete.
A inteligência artificial e a inovação orientada por dados, conhecida no jargão como data-driven, são alguns dos temas mais presentes no South Summit, evento global de inovação que acontece em Porto Alegre entre os dias 29 e 31 de março.
Pedro Bocchese, head de inovação e tecnologia da Processor, mediou um sobre o tema nesta quinta-feira, 30, e acredita que o momento atual está muito relacionado a uma nova forma de interagir com as máquinas.
“Nós conseguimos falar sobre as aplicações da inteligência artificial, tanto na área de data-driven como em soluções de analytics, implementando análises preditivas, prescritivas, categorização, clusterização, usando modelos de machine learning bem como visão computacional, além da questão de bots conversacionais e generativos”, resume Bocchese.
A discussão ou também por temas como experiência imersiva, com realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista.
“Essas plataformas muito sensoriais que, na verdade, se utilizam de inteligência artificial. Muitas delas, para a criação de avatares, para fazer com que os avatares falem com as pessoas. Então foi muito interessante todo esse movimento, que com certeza vai ser acelerado muito fortemente nos próximos anos”, prevê Bocchese.
Para Marcelo Lacerda, chairman da Magnopus e um dos convidados do , a computação hoje tem duas grandes áreas que vão se dividir: uma é a IA e a outra é a computação imersiva, da qual o metaverso faz parte.
“A inteligência artificial está muito mais avançada do que a immersive computing, uma área muito nova. Essa é uma época extraordinária, em que todo mundo deveria virar nerd, porque as oportunidades são inventáveis. Eu espero que em poucas décadas o immersive computing atinja um grau parecido com o que hoje a gente tem em IA”, analisa Lacerda.
Já Ricardo Cappra, fundador do Cappra Institute for Data Science, acredita que, a partir de agora, não se deve falar apenas de uma inteligência artificial, mas de várias inteligências artificiais aplicadas.
“Cada negócio vai ter sua própria IA, gerada pela base de conhecimento do próprio negócio. Isso é ativado pela automatização dos sensores e pela tecnologia que a gente tem à nossa disposição”, explica Cappra.
Segundo o pesquisador, o problema é como regular, monitorar e istrar essa evolução — tanto da sociedade quanto do próprio negócio — com transparência algorítmica.
“Assim como temos dashboards que monitoram nossos indicadores dentro do próprio negócio, agora vamos ter dashboards monitorando o comportamento das máquinas. Não vamos mais estar monitorando a performance de um indivíduo, e sim de uma máquina. A partir disso, quem está supervisionando a máquina tem uma responsabilidade ainda maior quanto à ética”, detalha Cappra.
Para vencer no mundo da inteligência artificial, Peter Szalontay, CEO da DataMilk, acredita que é preciso fazer duas coisas: fortalecer o uso dos dados proprietários e ser incrivelmente efetivo com as novas tecnologias que estão aparecendo.
“É muito desafiador que desenvolvedores ao redor do mundo estejam desenvolvendo tão rápido porque nós temos que nos manter atualizados e testar coisas novas o tempo inteiro, mas também é uma ótima oportunidade”, pondera Szalontay.
Em relação ao uso dos dados proprietários, o CEO acredita que um negócio precisa entender seus dados, através de analytics, melhor do que todo mundo.
“Você precisa coletar melhor esses dados e construir o seu negócio em torno desse uso diário. Isso é uma coisa que não poderá ser replicada, é uma garantia. A melhor forma de vencer é tirando mais dos dados que só você tem. E IA é uma ótima maneira de fazer isso”, afirma Szalontay.
Em relação ao conceito de data-driven, Pedro Bocchese, da Processor, salienta que existem várias teorias de processos, pessoas, empresas e até softwares orientados a dados, mas que cada organização tem um tipo de maturidade em relação ao tema.
“Algumas ainda estão fazendo relatórios transacionais através de consultas, outras já estão usando algumas ferramentas de BI para fazer camadas de visualizações. Outras começam a fazer uma integração com a criação de data warehouses específicos para que essa camada de análise seja possível. Há, também, as que já começam a pensar em hiper automação, uso de inteligência artificial, mineração, enriquecimento, clusterização e categorização de dados”, detalha Bocchese.
Já Cappra vê o momento atual como uma transição do conceito de data-driven para o que chama de self-service analytics, o que adiciona uma necessidade de analisar os dados não presente na primeira definição.
Para o pesquisador, o profissional de analytics agora precisa experimentar um ambiente real de negócios e o dono da empresa a a ser um chefe da informação, gerindo-a de maneira mais ativa, pois o negócio é todo baseado em dados.
O South Summit é um evento criado em Madrid, em 2012, que escolheu o Brasil para a sua primeira edição fora da Espanha. Ela aconteceu em Porto Alegre em maio de 2022. Neste ano, a segunda edição brasileira acontece entre os dias 29 e 31 de março.
Em uma área de 22 mil metros quadrados, a edição de 2023 promete a presença de mais de 100 fundos de investimento, 900 palestrantes em oito palcos com programação simultânea para um público estimado de 20 mil pessoas.
Serão oito trilhas de conteúdo: Fintechs; Agritechs; Saúde; Varejo; Sociedade; Inovação e Ecossistema; Sustentabilidade e ESG; e Indústria 5.0.
O evento também conta com a final da Competição de Startups, que desta vez teve mais de 2 mil inscrições, o dobro do ano anterior. Além da ampla participação nacional, com 92% dos estados brasileiros, figuram na lista projetos de outros 85 países.
A cobertura do Baguete no South Summit conta com apoio das Empresas Processor.