
Ricardo Scheffer.
Ricardo Scheffer, um profissional com 20 anos de Sonda, é o novo CEO da empresa no Brasil, substituindo Affonso Nina, um executivo de mercado trazido em 2017 para ocupar o cargo.
Em nota, a Sonda aponta que Scheffer assume após um “notável desenvolvimento profissional na empresa”.
O executivo entrou na Sonda em 2001, como gerente de operações no Rio de Janeiro, e foi galgando posições na área de vendas.
A partir de 2008, ele ou por alguns cargos de diretoria, incluindo operações de TI, e ao cliente e serviços de gerenciamento de aplicações.
Em 2019, Scheffer assumiu o cargo de vice-presidente da divisão de serviços de TI da Sonda, que acumulou por um período com o comando da Ativas, braço de data center e serviços gerenciados de TI da Sonda.
(A Ativas ou a ter um novo comando em abril, com a contratação de Edson Ferreira Leite, ex-VP para América do Sul da CGI, uma multinacional canadense de serviços de TI, com agens como VP executivo da Tivit e VP para ITO da EDS).
Scheffer tem um perfil diferente do de Affonso Nina que ao entrar na Sonda já tinha liderado aos operações no Brasil da Carlson Wagonlit e da Genepac, além de ter feito carreira na EDS e na HPE, onde chegou a ser vice-presidente de serviços financeiros.
Ao longo dos anos de Nina na Sonda, a empresa fez alterações na sua estrutura no Brasil, na prática consolidando as diferentes aquisições ao longo dos anos nas mãos do CEO.
Assim, por exemplo, em 2018, Nina ou a controlar a CTIS, comprada pela Sonda por um valor inicial de R$ 400 milhões em 2014, e também a Sonda TI, que concentrava diversas aquisições feitas pela chilena Sonda no país desde 2007, incluindo nomes como Procwork, Kaizen e Telsinc.
Por outro lado, os resultados da Sonda no Brasil tem ado por uma montanha russa nos últimos anos, o que tem que ver bastante com a desvalorização do real (a empresa é sediada no Chile e tem resultados em pesos chilenos, uma moeda mais estável).
O Brasil, que tradicionalmente representa quase a metade do negócio da Sonda, teve queda de receita de 21,3% em 2020, ficando em 204,1 milhões de pesos chilenos, cerca de US$ 287 milhões.
Metade da queda tem que ver com a desvalorização do real brasileiro, que ficou na 6ª posição entre as moedas que tiveram a maior desvalorização no mundo, com uma perda de valor de 22,4%, segundo dados da Austin Rating.
Sem a variação da moeda brasileira no período, a queda no faturamento teria sido de 10,1%.
A cifra está longe do resultado de 2015, quando o faturamento foi US$ 484,2 milhões, já então uma queda de 10,3% frente a 2014.
No total, a receita da Sonda em 2020 caiu 7,8%, ficando em US$ 1 bilhão. No valor em moeda constante, a queda seria de 5,9%, o que mostra que foi mesmo o Brasil que puxou o desempenho para baixo.