
Vamos lá!
A SAP criou um framework para facilitar o trabalho dos parceiros implementando o S/4 Hana, a última versão do software de gestão da multinacional alemã.
Batizada de SAP Integrated Delivery Framework a novidade deve ajudar a “alinhar funções, metodologia e cronogramas de entrega entre a SAP e seus parceiros” visando garantir “que os clientes colham rapidamente os benefícios”.
"O SAP Integrated Delivery Framework descreve claramente funções e responsabilidades entre a SAP, seus parceiros e clientes, em cada etapa da migração para o SAP S/4 Hana, resultando em um processo de adoção e implantação mais rápido e previsível”, completa Rui Botelho, vice-presidente de Digital Core da SAP Brasil.
Não é o primeiro momento da SAP no sentido de tranquilizar os clientes sobre o sucesso dos projetos com S/4 Hana, um sistema de gestão que só roda no banco de dados em memória Hana da SAP e envolve um esforço maior de migração do que uma simples atualização de versão.
Ainda em 2016, a empresa lançou o SAP Value Assurance, um modelo de contração de implementação do sistema de gestão com quatro níveis, com envolvimentos diferentes da SAP e de parceiros selecionados.
Os “pacotes de serviços” são uma maneira da SAP organizar o seu nível de envolvimento nos projetos de migração para o S/4, que podem ir desde a validação dos blueprints até a execução total, ando pelos estágios intermediários de implementação técnica, migração de dados e implantação funcional.
Cada pacote contempla um nível de adesão por parte dos parceiros, o que é uma maneira de estabelecer uma definição de papéis mais clara, uma tecla na qual a multinacional alemã volta a bater agora.
Como dá para notar, a SAP está dando um empurrãozinho para o S/4 Hana, produto lançado em 2015 que é uma das movimentações mais ousadas da empresa em anos.
Um estudo da Information Services Group (ISG), empresa global de pesquisa e consultoria em tecnologia, sobre o status do S/4 Hana no Brasil aponta os motivos.
De acordo com a ISG, as maiores empresas do país estão demorando para fazer a migração dos seus sistemas da SAP para o S/4 Hana fazendo uma aposta silenciosa que o e das versões antigas será prorrogado para além de 2025.
A verdade é que a versão aberta do relatório mais esconde do que abre o jogo, omitindo números que deem uma ideia mais precisa da situação.
Ainda assim, a análise é interessante, principalmente no que tange no grupo de 1,3 mil empresas que usam sistemas da SAP e que, pelo menos teoricamente, deveriam migrar para o Hana até 2025, quando a multinacional anunciou que vai encerrar o e.
O relatório afirma que muitas empresas no país compram novas licenças SAP Hana para “permanecer em conformidade com os termos de licenciamento”, mas “não tem planos para atualizar seus sistemas antigos de momento”.
A razão da espera é que as empresas estão “aguardando novos benefícios da SAP ou estão apostando veladamente em uma mudança na data de 2025 para o fim do e”.
A expectativa de adiamento não é sem fundamento.
Em janeiro de 2018, por exemplo, a SAP anunciou o lançamento de uma nova versão do seu sistema de RH on premise em 2023.
Com isso, a empresa alongou os prazos de e do sistema on premise de 2025 até 2030.
A virada mostra que a empresa desistiu de colocar as fichas na estratégia de descontinuar o HCM e levar os clientes a migrar para o Sucess Factors, solução de recursos humanos na nuvem adquirida no final de 2011 por US$ 3,4 bilhões.
A SAP também disse que “maioria das inovações” na área de recursos humanos será entregue no Success Factors, mas esse é um argumento bem menos forte para justificar uma migração do que o fim do tradicional produto HCM.
É uma versão em pequena escala do que os clientes esperam que aconteça agora com o S/4, no qual uma migração é um assunto muito mais complexo.
Prova disso é que, ainda de acordo com a ISG, as empresas que estão fazendo upgrades para o S/4 “frequentemente” optam pelas chamadas implementações brownfield, nas quais os novos pacotes de software SAP aproveitam as soluções do sistema legado.