
O governo do estado do Rio Grande do Sul vai desembolsar R$ 1 milhão na compra de netbooks para alunos de cinco escolas da rede estadual. Devem ser comprados cerca de 1 mil máquinas. O plano é ter os equipamentos nas escolas em dois meses.
Para cumprir o prazo, a Secretaria da Educação (Seduc) está em contato como governo carioca para aproveitar um registro de preços de um projeto similar realizado pelo Rio de Janeiro.
No Rio, as máquinas são da CCE, com dual boot (Windows e Linux) e ferramentas educacionais da Microsoft instaladas na partição com o sistema operacional da marca.
Caso não seja possível a participação nesse registro de preços, o governo gaúcho fará sua própria licitação, o que deve estender a data de chegada dos equipamentos nas escolas.
Doações modestas demais
Projeto ainda em fase piloto, o Escola Digital foi anunciado em setembro de 2010, deveria entregar os computadores no início desse ano letivo, mas teve o cronograma atrasado.
Segundo Ana Claudia Figueroa, diretora do Departamento de Logística da Seduc e responsável pelo programa, o modelo de parceria com a iniciativa privada não estava suprindo a demanda.
Na ideia original, os equipamentos seriam doados por empresas.
“Quando a parceria foi firmada, foi criada uma falsa expectativa, pois não estavam definidas as quantidades. Depois de analisarmos o projeto, percebemos que, em termos de logística e formato, ele não atende o mínimo necessário para ser implantado como política pública”, disse a diretora.
Deixa que eu faço
Segundo Ana Claudia, a Seduc contatou as empresas que colaboravam, e que seguiram com a parceria, na troca de governo. Apesar da ajuda, as doações eram “modestas” frente à demanda.
“Contamos com, no máximo, 250 máquinas das parceiras”, complementa, sem revelar quem são as empresas que colaboram com o projeto. Comprar os computadores agilizou a implementação.
“Foi a forma mais rápida para garantir a qualidade e continuidade do projeto”, explicou a diretora.
Infra é outra história
Serão beneficiadas as escolas Aurélio Reis (Porto Alegre), Profª Maria Luiza Rosa (Caxias do Sul), Volmar Antonio Salton (o Fundo), Bairro Carvalho (Cachoeira do Sul) e Tomé de Souza (Esteio).
A ideia é observar o uso pedagógico dos equipamentos nessas unidades e elaborar um plano de longo prazo que possa levar a tecnologia a toda a rede pública estadual, atualmente com cerca de 2,6 mil escolas e 1,2 milhão de alunos.
“Essa experiência iniciada no ano ado não atende em infraestrutura o modelo adequado de pensar uma política pública que contemple toda a rede. Ela é mais focada no acompanhamento pedagógico”, esclarece Ana Cláudia.
Para ela, a infraestrutura exigirá outros formatos – que não só a compra pelo estado ou a doação –, já que compreende mais do que as máquinas nas mãos dos alunos e professores.
“Teríamos que falar de rede, de energia, de uma política pública conjunta em termos de infraestrutura que permitisse criar um modelo sustentável”, completa.
O governo do estado terá uma resposta do registro de preços do Rio de Janeiro na próxima semana.