Rua no centro histórico de San Juan, capital do Porto Rico. Foto: flickr.com/photos/hbarrison/
O governo de Porto Rico, uma ilha no Caribe que é um território americano, inaugurou um programa de atração de startups para tentar reativar a economia do país.
Lançado há um mês, o Parallel18 quer escolher até 40 novos empreendimentos tecnológicos para receberem US$ 40 mil em capital semente a fundo perdido, somados a um programa de treinamento intensivo de 20 semanas.
Da verba semente, até US$ 5 mil podem ser alocados em alojamento e outros US$ 5 mil para gastos de alimentação e transporte. Os custos de viagem também podem ser debitados. Cada startup pode trazer até três integrantes.
Depois de concluído o programa, quem decidir manter o negócio na ilha receberá até US$ 75 mil como contrapartida para recursos captados junto a outros fundos.
Até agora, já se candidataram 250 empresas do Reino Unido, Espanha, Chile, Argentina, Estados Unidos e Porto Rico, o que é um número relativamente pequeno frente às vagas abertas.
Os organizadores destacam que San Juan, a capital do país, está apenas meia hora de voo de Miami e que o país usa o código tributário americano, além de ter uma relação especial com os Estados Unidos, no qual os porto riquenhos tem os mesmos direitos dos nativos.
Quem está pensando em levar a sua startup para um paraíso caribenho, longe da crise, precisa dar uma olhada nas últimas notícias de Porto Rico, que atravessa uma crise em precendentes.
Em julho do ano ado, o governo da ilha disse que suas dívidas públicas de US$ 72 bilhões eram “impagáveis”. O default nos primeiros títulos da dívida começou em janeiro.
A crise da dívida pública acontece ao mesmo tempo em que expiram os incentivos dos Estados Unidos para a indústria farmacêutica, o que a deixa Porto Rico menos competitivo em relação a outros hubs como Cingapura e Irlanda.
Ao longo da última década, a migração para os Estados Unidos fez a população cair de 3,9 milhões para 3,5 milhões.
Os organizadores do Parallel18 garantem que o dinheiro para o programa está garantido em um fideicomisso, a salvo de eventuais cortes que o governo local precise fazer para pagar as contas. Analistas apontam que a saída mais previsível para a crise é uma intervenção do governo americano, visando evitar uma emigração em massa.
Os escritórios oferecidos às startups participantes do programa ficam a algumas quadras da praia. Talvez seja uma boa arriscar.