
Hélio Bruck Rotenberg, CEO da Positivo. Foto: Divulgação
A Positivo, fabricante brasileira de PCs e celulares, fechou o ano ado com um faturamento de R$ 5,8 bilhões, registrando um crescimento de 47,2% em comparação com o ano anterior.
Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da empresa fechou em R$ 675 milhões, um aumento de 97,3% em relação a 2021.
Em relação às dívidas líquidas, a Positivo registrou um aumento de 104,8%, fechando o ano com R$ 1,1 bilhão. Conforme a empresa, o aumento da dívida foi necessário para sustentar o crescimento da companhia.
Atualmente, a Positivo está avaliada em R$ 922 milhões e projeta faturar entre R$ 5,5 bilhões e R$ 6,5 bilhões neste ano.
As metas são um pouco mais modestas do que as dos anos do coronavírus, no entanto. No caso da previsão de R$ 5,5 bilhões, o resultado significaria uma queda de 5,17%, enquanto a de R$ 6,5 bilhões, significaria uma alta de 12%.
“Nós faturávamos R$ 2 bilhões há três anos e, agora, estamos chegando na casa dos R$ 6 bilhões. Esse é o nosso novo patamar”, diz Hélio Bruck Rotenberg, CEO da Positivo, ao NeoFeed.
O crescimento da Positivo nos últimos anos foi bombado pela pandemia do coronavírus, que levou muitas empresas a fazerem grandes compras de computadores para distribuir a funcionários trabalhando em home office, por exemplo.
Com o fim da pandemia, o mercado de PCs tem visto queda de vendas. Para manter o ritmo de crescimento, a Positivo precisa de uma nova galinha dos ovos de ouro, e, de acordo com Rotenberg, já achou uma: o governo.
Conforme Rotenberg, a companhia já possui cerca de R$ 1,2 bilhão contratados em instituições públicas.
No ano ado, a empresa faturou cerca de R$ 2,2 bilhões no setor público, um crescimento de 76,2%.
Alguns projetos já estão em andamento pela Positivo, como o fornecimento de urnas eletrônicas para as eleições de 2024 em um projeto de mais de R$ 1,2 bilhão; uma licitação de 12 mil tótens para o Banco do Brasil; e a oferta de servidores para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
"As empresas públicas compraram menos na pandemia e ficaram com seus parques obsoletos. Essa renovação começou em 2022 e está tendo sequência nesse ano", explica Rotenberg.
A Positivo está inclusive de olho em diversificar sua oferta para o governo, indo além do hardware.
Recentemente, a companhia investiu R$ 7 milhões no Fundo GovTech, que aposta em startups com tecnologia para a área de governo, criado pela Cedro Capital e pela gestora KPTL.
Já no setor privado, a companhia faturou cerca de R$ 1,5 bilhão, um aumento de 86,7% em relação ao ano anterior.
Na área, a Positivo vem apostando em máquinas de pagamento após o fim do contrato de exclusividade com a Cielo, e na Positivo Tech Services, que tem clientes como Santander, Usiminas, Claro e Telefônica.
Por outro lado, depois de ter bombado na pandemia, a empresa teve uma retração na área de consumer. Em 2022, a divisão retraiu 42,5%, faturando R$ 1,05 bilhão.
Para este ano, a aposta da Positivo no setor está nas vendas de smartphones, principalmente na linha Infinix, e de notebooks.
De acordo com Rotenberg, a empresa está conquistando o market share que a LG deixou.
“A Infinix está tendo uma boa curva de crescimento em um segmento em que não atuávamos, de aparelhos na faixa de R$ 1 mil a R$ 3,5 mil, que representa de 75% a 80% do mercado”, afirma o CEO.