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Sede da Caixa em Brasília. Foto: Divulgação.
A Polícia Federal cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em uma operação visando investigar desvios em contratos de TI da Caixa Econômica Federal totalizando R$ 385 milhões.
Segundo as investigações da chamada Operação Backbone, empresas de TI contratadas pela Caixa pagavam propina a funcionários por meio da subcontratação da consultoria de um ex-funcionário.
Os serviços, no entanto, eram a princípio inexistentes, dentro do modus operandi consagrado de venda de influência política. Em troca, empresas de TI eram favorecidas e funcionários recebiam parte do dinheiro.
De acordo com os investigadores, os empregados da Caixa e o sócio- da empresa de consultoria maquiavam o crescimento de patrimônio com contratos de compra e venda de imóveis.
Não há mandados de prisão e nem de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar depoimento. A Caixa ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.
Os envolvidos vão responder por corrupção ativa, corrupção iva e participação em associação criminosa.
A operação Backbone tem tudo para deixar meio mercado de TI em pânico.
O banco estatal é um grande comprador de tecnologia e nos últimos anos fez alguns movimentos no sentido de contratar mais fornecedores privados.
A Microsoft, por exemplo, fechou por meio da sua revendedora Allen um contrato de R$ 144,4 milhões em 2015 para estações de trabalho e servidores.
Foi a segunda grande compra. A primeira foi em 2012, a Allen também fechou a venda de R$ 112,09 milhões em licenças da suíte de escritório Office, do serviço de e-mail Exchange, sistemas operacionais para servidores, soluções de comunicação Lync, Sharepoint, bancos de dados SQL e um longo etc.
Todo o dinheiro gasto com a Microsoft empalidece frente a um contrato de R$ 518 milhões em três anos com a SAP, através do qual o banco decidiu consolidar 80 sistemas legados usando a aplicação da SAP para core banking.
Para fechar a lista, a Caixa adquiriu 22% da então M Braxis Capgemini (hoje a marca brasileira sumiu do nome, ficando só a da gigante sa) por R$ 321 milhões.
Parte do acordo era que a CEF se comprometeria a usar a multinacional sa como seu fornecedor preferencial de tecnologia pelos próximos 10 anos.