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A máquina possibilita a geração de imagens representativas da geologia abaixo do fundo do mar. Foto: André Motta de Souza/Ag. Petrobras.
A Petrobras contratou a Atos, integradora de TI e gigante de outsourcing sa, para implementar um novo supercomputador (HPC, na sigla em inglês) com investimento de R$ 100 milhões, que deve começar as operações ainda no segundo semestre de 2021.
Batizada de Dragão, a máquina tem 20 toneladas e 34 metros de comprimento, com 200 terabytes de memória RAM, rede de 100 gigabits por segundo e milhões de processadores matemáticos.
Isso significa uma capacidade de processamento equivalente a 4 milhões de smartphones ou 100 mil laptops, superando o Atlas e o Fenix, que até então eram os dois maiores supercomputadores da América Latina e também pertencem à Petrobras.
“O Dragão é o maior supercomputador brasileiro e um dos 50 maiores do mundo. Junto com ele, teremos atingido o marco histórico e inédito de colocar cinco supercomputadores da Atos no Brasil entre os 500 maiores do mundo”, destaca Luis Casuscelli, diretor de big data e security da Atos para América do Sul.
Com o novo equipamento, a Petrobras pretende aumentar a performance do processamento de dados geofísicos, reduzindo riscos geológicos e operacionais, além de dar e a projetos estratégicos da companhia.
“O Dragão reforça nossa estratégia de conferir mais economicidade, agilidade, segurança e resiliência às nossas operações”, destaca Nicolás Simone, diretor de transformação digital e inovação da Petrobras.
Utilizando algoritmos desenvolvidos por geofísicos e analistas de sistemas da companhia, a máquina possibilita a geração de imagens representativas da geologia abaixo do fundo do mar, onde ficam as camadas de pré-sal.
Assim, a estrutura consegue realizar com agilidade e precisão tarefas como analisar centenas de quilômetros quadrados a milhares de metros de profundidade, algo considerado fundamental para as descobertas de novas jazidas de óleo e gás.
O processo de montagem do supercomputador durou cerca de três meses, seguido por período de instalação de softwares e operação assistida.
Foram necessários dez caminhões para transportar todas as partes do Dragão. Ele foi instalado em fileiras de oito a nove blocos que, juntos, totalizam 34 metros de extensão.
De acordo com o site Uol, apesar do investimento de R$ 100 milhões parecer alto, a estatal afirma que teve retorno de 8,5 vezes o capital investido em seis meses em casos recentes de investimento em supercomputadores.
Em cerca de dois anos, a petroleira já colocou em operação nove supercomputadores e espera chegar ao final de 2021 com cerca de 40 petaflops de capacidade, sem contar o uso de nuvem.
“A capacidade de computação no mundo dobra a cada dois anos e a estratégia de investir em aumentá-la, seja por meio dos supercomputadores ou nuvem, tem trazido inúmeros ganhos à companhia”, conta Fernando Borges, diretor de exploração e produção da Petrobras.
Entre esses ganhos, estariam a redução de risco nos projetos de Exploração e Produção (E&P), a possibilidade de dimensionar melhor os projetos e de posicionar melhor os poços, aumentando o índice de sucesso exploratório.
A Atos é uma gigante de TI com 110 mil funcionários em 73 países e receita anual de € 12 bilhões. Presente no Brasil há 30 anos, a companhia tem operações em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Londrina.