
Fabio Krohn. Foto: divulgação.
A Pandorga, desenvolvedora gaúcha de software sediada no Tecnopuc, apostou na Inglaterra para impulsionar seus planos de internacionalização, em busca de novos mercados e clientes.
Fundada em 2006, a empresa desenvolve software e soluções mobile sob demanda, principalmente aplicações em ambiente Microsoft, e atende a clientes nacionais como TV1.com, de São Paulo, e estatais gaúchas como a Secretaria da Fazenda e Polícia Civil.
Em 2010, depois de ar três anos na Incubadora Raiar, a Pandorga iniciou suas atividades no parque da universidade, e ao mesmo tempo esboçou seu movimento rumo ao mercado internacional.
Formada por quatro sócios - os desenvolvedores Hugo Carvalho e Diego Moreira, além dos analistas de sistema Fabio Ellwanger e Fabio Krohn - a empresa avaliou diferentes opções de expansão - desde São Paulo até Ásia e Estados Unidos - mas viu vantagens no mercado britânico.
"Participamos de diversas feiras e acabamos nos aproximando da United Kingdom Trade And Investment (UKTI), uma entidade que abre facilidades para empresas estrangeiras firmarem operações na Inglaterra, em um programa deles de soft landing chamado Touchdown", explica.
De acordo com Krohn, em cerca de um mês, envolvendo cadastros via internet e a apresentação de documentos, a empresa já estava registrada para operar em território britânico, fixando sua base em Londres.
Inicialmente, a Pandorga foi para o país na base da guerrilha, tocada por Diego Moreira em um espaço de trabalho compartilhado fornecido pela UKTI.
"Dividíamos espaço com outras empresas, mas tínhamos facilidades como secretária, sala de reuniões e conexão banda larga para ficar em contato com a sede", explica ele.
Mas as facilidades pararam por aí: conforme explica Krohn, barreiras culturais de língua foram um desafio, que exigiram novas estratégias de trabalho e negociação com os clientes.
"Mudamos até alguns processos dentro da sede em Porto Alegre. Investimos na qualificação de nossos funcionários, com cursos de inglês, por exemplo. Nas sextas-feira, inclusive, temos uma política de só conversar em inglês dentro da firma", revela o sócio.
Atualmente o braço britânico da Pandorga se sustenta com as próprias pernas, contando com clientes como a AWMetrics, para qual a empresa desenvolveu uma solução de aferição de trabalho em máquinas, calculando a ociosidade dos equipamentos.
"Ainda não temos um lucro significativo em nossa operação na Inglaterra, mas também não temos prejuízos. Temos um custo mensal de R$ 30 mil para manter o escritório", afirma Krohn.
O fato é que a experiência no mercado internacional, segundo ele, impulsionou a posição da companhia no Brasil, gerando visibilidade. Além disso, impulsiona novos planos de expansão.
"Nosso plano é usar a sede londrina como um hub para atingir outros mercados europeus", explica Krohn, sem detalhar as novas miras.