
Marcos, goleiro ícone do Palmeiras. Foto: divulgação.
O Palmeiras comprou um sistema de gestão Business One, o ERP para pequenas e médias da SAP. É o primeiro clube de futebol brasileiro a se tornar um cliente da multinacional alemã.
“O crescimento do Palmeiras a pela modernização da sua istração e para isso tecnologia é fundamental”, explica o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, destacando que a ideia é reduzir os gastos em outros departamentos para investir mais em futebol.
A venda foi feita pela Exxis, uma multinacional chilena que acaba de chegar ao Brasil com escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A empresa já entregou mais de 250 projetos de B1 em seis países da América Latina e é comandada aqui por Leandro Cacciatore.
O executivo com agens por parceiros de B1 desde 2006, quando o software começou a ser vendido aqui. A lista inclui DBD, Spektrum, Uppertools, Ramo e CSCCorp todos em São Paulo.
De acordo com Sandra Vaz, vice-presidente de Vendas para Ecossistema e Canais da SAP Southern Latin America, o contrato não envolve patrocínio por parte da multinacional e a ideia é ampliar o uso de tecnologia no clube no futuro.
Um dos possíveis campos de expansão seria a Arena Allianz, um estádio de R$ 500 milhões que a WTorre está construindo para o Palmeiras. A multinacional já comprou os naming rights de um estádio multiuso em San José, nos Estados Unidos.
No SAP Center, torcedores do San José Sharks podem pedir bebida e comida no seu assento através de apps móveis, além de ter conectividade total com redes sociais e os a estatísticas e informações sobre o desempenho dos atletas, por exemplo.
Representantes do Palmeiras vão conferir novidades em primeiro mão em um evento mundial da recém criada vertical de Esportes e Entretenimento da SAP na Alemanha em 11 de novembro.
Devem participar clubes da Espanha, Inglaterra, Itália, França e Alemanha no centro de treinamentos do Hoffenheim, um pequeno clube alemão que chegou a primeira divisão da liga local graças ao uso de tecnologia – e também do patrocínio generoso de Dietmar Hopp, um dos fundadores da SAP.
Sandra afirma que existem negociações em curso com outros clubes brasileiros, sem revelar detalhes. Segundo a reportagem do Baguete pode averiguar, a empresa chegou a negociações adiantadas com o Fluminense, mas o software não chegou a ser implementado.
Em agosto do ano ado, Eduardo Antonini, então presidente da Grêmio Empreendimentos, afirmou ao Baguete que o clube gaúcho estava em negociações com a SAP para implementação de um sistema de gestão, em um contrato que poderia incluir os naming rights da Arena. O assunto aparentemente morreu.
Um dos obstáculos da SAP para expandir sua clientela no mundo do futebol e os possíveis ganhos de marketing que isso representa está justamente no perfil dos compradores em um mundo no qual melhores práticas de gestão são em grande parte um enigma.
Hoje o quarto maior faturamento do futebol brasileiro, com R$ 264 milhões em receita em 2012, uma alta de 65% frente ao ano anterior, o Verdão está ando por uma sacudida na gestão.
As mudanças vieram depois dos eventos traumáticos do ano ado, quando, após sair da fila com o título da Copa do Brasil, o Palmeiras acabou caindo para segunda divisão e ainda teve que ver o arquirrival Corinthians se sagrar campeão mundial de clubes.
Nobre, um advogado dono de um fundo de investimentos de 45 anos, é o segundo presidente mais jovem da história do Palmeiras e chegou com a proposta de ser um “gerentão” do clube.
Um dos seus braços direitos é Luciano Paciello, CFO do clube, e head de finanças do Boston Consulting Group, uma consultoria de gestão com atuação mundial.
Como sabe qualquer um que acompanhe futebol no Brasil, são perfis que não abundam por aqui.
Em 2011, o Internacional, clube que é o terceiro em faturamento no país, contratou para CEO Aod Cunha, um ex-consultor do Banco Mundial e secretário de finanças do estado para profissionalizar a gestão. Queimado pelas brigas políticas do clube, ele durou cinco meses.