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Chicago Bulls enfrentaram Washington Wizards no Rio. Foto: divulgação FIBA.
A SAP promoveu neste final de semana, no Rio de Janeiro, um evento especial, juntamente com o NBA Global Games, para mostrar a sua plataforma de estatísticas desenvolvida para a liga de basquete americana.
Sem querer, ao mesmo tempo abriu os olhos para uma realidade que ainda está longe de chegar em terras brasileiras: a do uso de dados e números para avaliar o desempenho de jogadores e times.
Lançada em fevereiro no final de semana do All Star Games da NBA, que marca o fim da temporada oficial antes dos playoffs, O site NBA Stats foi uma iniciativa da liga, que resolveu abrir para os fãs em seu site oficial estatísticas gerais e detalhadas sobre a competição.
Para isso, a NBA adotou a plataforma SAP HANA para compilar sua base de informações e estatísticas desde 1946 - ano de sua primeira temporada - reunindo jogadores, resultados, charts de arremessos, minutos em campo, formações mais defensivas ou de ataque, entre outros parâmetros de comparação.
Conforme Keith Schmehl, gerente de projetos na SAP America, foi um trabalho de sete meses, com o apoio da liga e dos clubes para organizar os dados e formular mecanismos para cruzar essas referências em tempo real.
Segundo o executivo, a ferramenta representa uma nova forma para os fãs experimentarem o esporte, tendo o em tempo real a informações que antes só os clubes e comentaristas esportivos tinham.
"É uma nova forma de experimentar o esporte, cujos usos e resultados ainda estamos obeservando. Por isso, inclusive inserimos integrações com redes sociais para reforçar esta participação", explica.
Em cerca de oito meses de funcionamento, cinco deles em que a liga estava em recesso, o site registrou 20 milhões de views - em comparação, o site geral da NBA registrou 9 bilhões de hits nesse período.
Durante o jogo Chicago Bulls X Washington Wizards, realizado no Rio, foi complicado ar o site de estatísticas - um tarefa ingrata devido à péssima estrutura do 3G no HSBC Arena, onde ocorreu o jogo - parte de uma série de amistosos de pré-temporada realizados em diversos países ao redor do globo.
Nos quatro períodos de jogo, a reportagem do Baguete teve o aos mesmos dados estatísticos que todos os 13 mil espectadores do local tinham: o placar eletrônico, que mostrava o número de pontos e de faltas anotadas por cada jogador, além do placar do jogo.
Na partida, vencida pelos Bulls por 83 a 81, o cestinha foi o ala Taj Gibson, reserva na temporada oficial, mas que foi titular na partida contra os Wizards.
Ao olhar os stats de Gibson, ele teve na temporada 2012 uma média de 8 pontos por partida, pouco menos que a metade da média de titulares como Carlos Boozer e Derrick Rose.
A diferença é que, em comparação com os titulares, Gibson jogou cerca de 22 minutos por partida durante a temporada, enquanto os outros aram dos 32 minutos em quadra por jogo.
Se estes dados já são valiosos para analistas esportivos, para o fã de esporte norte-americano os usos são outros - como é o caso dos Fantasy Games - no Brasil, um exemplo semelhante é o Cartola FC. As estatísticas são usadas para escalar, contratar ou vender jogadores.
Inclusive, a SAP desenvolveu para a nova temporada da NFL, a liga de futebol americano, uma plataforma otimizada de analytics dentro do Fantasy Game da liga.
E NO BRASIL?
No Brasil, um país onde as estatísticas do futebol basicamente se restringe aos gols, faltas e cartões, assim como notas dadas por jornalistas aos jogadores ao fim de cada partida, a possibilidade de um esporte alimentado por dados concretos de desempenho ainda é distante.
Quem diz isso é o vice-presidente de marketing da SAP no Brasil, Gustavo Amorim, que emenda logo em seguida que o objetivo é gradualmente levar esta mudança aos clubes.
"Estamos conversando com diversos clubes sobre a adoçao de plataformas como o HANA para incrementar suas decisões estatégicas dentro da gestão esportiva e de arenas. Um clube, inclusive, que não posso citar, já está em negociações avançadas", adianta.
Com isso, a SAP engatinha no país uma estratégia que deu certo no Hoffenheim, clube da primeira divisão alemã, que recebeu investimentos graças à considerável fortuna de um dos cinco fundadores da multinacional Dietmar Hopp.
Seguindo a onda do Hoffenheim, a liga alemã saiu na frente em relação a outros campeonatos do mundo e apostou no uso de estatísticas para ilustrar as campanhas dos times e jogadores, lançando este ano um portal para os torcedores.
Outro time que também apostou na abertura de seus dados foi o Manchester City, que abriu a base de dados de seus jogadores na temporada 2012 - quando ganhou o campeonato inglês.
A ideia do clube inglês foi que os dados – es certos, distância dos chutes a gol, bolas roubadas – fossem analisados por estatísticos, consultores de gestão, economistas e outros profissionais que possam descobrir padrões e revelações úteis para o clube.
Para Amorim, a consumerização de dados esportivos e uso de tecnologia na gestão esportiva de tem muito para avançar no Brasil - lá fora, este mercado ocupa o 25o lugar mercado na operação geral da SAP, mas tem potencial para crescer mais.
"A Copa do Mundo está chegando, e estamos apresentando novas maneiras de como clubes e estádios podem melhorar em sua gestão interna e também junto aos torcedores. Agora é com eles", desafiou.
Leandro Souza viajou ao Rio de Janeiro a convite da SAP Brasil.