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Pacto Alegre mostra a que veio u5g5

Movimento identifica seis desafios e cria grupos de trabalho para buscar soluções. 35566m

26 de março de 2019 - 16:36
O Pacto Alegre determinou 6 desafios a serem trabalhados por 75 entidades. Foto: Joel Vargas/PMPA.

O Pacto Alegre determinou 6 desafios a serem trabalhados por 75 entidades. Foto: Joel Vargas/PMPA.

O Pacto Alegre, mobilização iniciada por PUC-RS, Unisinos e UFRGS para agitar o cenário de inovação em Porto Alegre, começa a mostrar a que veio, com a definição de seis macrodesafios que devem guiar a atuação do movimento nos próximos anos.

As áreas foram apresentadas na manhã desta terça-feira, 26, para as 75 entidades que formam a Mesa do Pacto, uma espécie de assembleia de debates sobre a iniciativa. 

O movimento foi iniciado a partir da da Aliança pela Inovação, um acordo firmado por UFRGS, PUC-RS e Unisinos em abril de 2018.

Os nomes envolvidos na iniciativa vão trabalhar com os seguintes desafios: Talentos (gerar, manter e atrair), Transformação Urbana (desenvolver ambientes inteligentes e criativos para se viver e trabalhar), Ambiente de Negócios (gerar um ecossistema inovador de classe mundial), Imagem da Cidade (promover a imagem de uma cidade inovadora), Qualidade de Vida (melhorar o bem-estar das pessoas em saúde, segurança, cultura e meio ambiente) e Modernização da istração Pública (qualificar e facilitar o o aos serviços para a população e empresas).

A partir da definição dos temas principais, as entidades, empresas e órgãos do poder público vão formar grupos de trabalho específicos para propor projetos para cada um deles.

Na área de tecnologia, os representantes são 4All, Abinee, Assespro, Sucesu, AGS, Endeavor, Hyper Island, Reginp, Seprorgs, Startse, Umov.me e Zenvia.

A Mesa completa, no entanto, tem uma representatividade bem maior, indo desde a Farsul, uma das maiores entidades do agronegócio gaúcho, até a OAB/RS, ado pela Fraport, nova a do aeroporto Salgado Filho, a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), hospitais de Porto Alegre, como Mãe de Deus e Moinhos de Vento e até a dupla Grenal.

O setor público está engajado por meio de secretarias e outros órgãos, sob a batuta do prefeito Nelson Marchezan, apoiador de primeira hora da iniciativa, presente hoje no evento.

Os grupos de trabalho tem até o dia 31 de maio para desenvolver projetos vinculados aos desafios para começarem a ser desenvolvidos em Porto Alegre.

Nesta data, a Mesa se reunirá novamente com o consultor espanhol Josep Piqué, que atua como mentor e facilitador do Pacto Alegre.

Piqué foi um idealizadores do Barcelona @22, um projeto de revitalização de uma área industrial dentro da cidade espanhola, o que o tornou uma autoridade mundialmente reconhecida no assunto.

Desde então, o espanhol já prestou consultorias do mesmo tipo em Santa Catarina e Medellín, na Colômbia.

Piqué já vinha trabalhando com as universidades desde o começo do ano, mas neste ano assinou um compromisso de pelo menos três anos de parceria, possível a partir do patrocínio financeiro feito por Badesul, Agibank e Sicredi ao Pacto Alegre.

Na experiência de Barcelona, Piqué relata que também foram identificadas seis macrodesafios, que geraram na fase seguinte o desenvolvimento de 30 projetos.

Além dos projetos a serem estabelecidos, algumas ações desenvolvidas em Porto Alegre tem levado o selo do pacto. 

Uma delas é a Dito Efeito, lançada também nesta terça-feira, 26. A iniciativa é uma série composta por 80 eventos – cocriados por centenas de pessoas e organizações – sobre temas voltados ao desenvolvimento social, cultural e econômico do estado como um todo.

O Dito Efeito tem como embaixadores o pró-reitor de Inovação da Unisinos, Alsones Balestrin, o superintendente de inovação e desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, e o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Luís Lamb (Lamb era até pouco tempo atrás pró-reitor na UFRGS e liderou com Audy e Alsones a movimentação da Aliança).

Eles definiram os 11 temas do programa: Liderança 4.0; X-Tech; Protagonismo Feminino; Futuro do Trabalho; Inteligência Artificial; Design/Marketing; Histórias de Vida; Sucesso e Fracasso; Transformações Globais; Educação; Economia Criativa; Cultura e Artes.

“Apesar de não serem oficialmente projetos do pacto, ações como essa envolvem entidades que fazem parte do movimento e podem ser vinculadas a ele por colaborar com o avanço dos desafios e ter algum nível de coletividade na organização”, explica Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, coordenador do Pacto Alegre e diretor da Escola de Engenharia da UFRGS.

Outras ações desse tipo são o Instituto Caldeira, um espaço na área central de Porto Alegre que vai reunir startups, as principais universidades e as maiores empresas do estado, com previsão de abertura para abril de 2019.

A primeira fase do Instituto Caldeira compreende uma área de quase 10 mil metros quadrados, ocupada até recentemente por um call center da Contax focado no atendimento da NET.

O potencial é muito maior, envolvendo a área desocupada do shopping DC Navegantes, e, no longo prazo, toda a região do Quarto Distrito.

O Quarto Distrito é uma área de 800 hectares distribuídos em um retângulo entre a rodoviária e a avenida Sertório, limitada nas suas extremidades pela avenida Farrapos e a linha do Trensurb.

A área está em decadência desde os anos 70, quando a base econômica de Porto Alegre começou a se voltar para serviços e a indústria abandonou a cidade em busca de espaços mais baratos na região metropolitana e além.

Hoje a região abriga muitos grandes galpões industriais abandonados, além de áreas problemáticas de baixo meretrício e tráfico de drogas.

Os planos de revitalização da área são antigos (talvez só não mais antigos do que os relacionados ao Cais do Porto da capital), mas estão em stand by desde 2016, assim como a Lei de Inovação aprovada em 2013, mas ainda não regulamentada.

A Aliança pela Inovação e o Pacto Alegre são movimentos exitosos até agora. A movimentação conseguiu galvanizar a cidade e injetar uma certa dose de otimismo no meio empreendedor da cidade, nos quais reina nos últimos anos uma boa dose de pessimismo e um senso que os melhores anos da capital gaúcha ficaram para trás.

Parte disso vem do exemplo da liderança de organizações de ponta como PUC-RS, Unisinos e UFRGS, que estão dando um exemplo de boa vontade ao trabalhar juntas e saindo da sua zona de conforto para tentar mudar as coisas. 

A força do exemplo e o fato de que as universidades são organizações mais ou menos incontestes ajuda. O fato de trazer um “santo de fora”, na figura do espanhol Piqué, foi uma movimentação inteligente. 

Mas o fato é que até agora poucos interesses foram contrariados e se os grupos de trabalho em torno dos seis macrodesafios forem bem sucedidos, isso pode mudar: medidas devem ser demandadas, responsabilidades distribuídas e exigências sobre resultados serão feitas.

Duas expressões são usadas com frequência para explicar a origem social dos problemas de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul: síndrome do caranguejo e grenalização.

A primeira define a tendência dos atores sociais de sabotarem as iniciativas bem sucedidas dos outros, como o prosaico caranguejo que impede seu semelhante do sair do balde. As universidades deram um grande exemplo no sentido contrário com a sua movimentação.

Já a grenalização é outra síndrome: ela descreve o hábito de formar em torno de qualquer disputa dois campos opostos e irreconciliáveis, operando dentro de uma lógica de soma zero no qual qualquer concessão é uma derrota. Superar essa dinâmica é o desafio que vem pela frente.

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