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Com a ferramenta, não há necessidade de deslocamento até o hospital. Foto: divulgação.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo, adotou a plataforma de inteligência artificial P.A. Digital, oferecida gratuitamente pela startup Laura, para realizar a triagem virtual dos pacientes com suspeita de Covid-19.
Sem a necessidade de se deslocar até o hospital, os pacientes podem ar o site da instituição para tirar dúvidas sobre a doença e responder a questões que podem indicar sintomas de infecção pelo novo coronavírus.
O atendimento é realizado pelo assistente virtual, as respostas são processadas em tempo real e o robô faz a análise.
Se o caso não for considerado crítico, o paciente recebe orientações de prevenção e acompanhamento da assistente virtual, com o envio de mensagens todos os dias para saber se houve mudanças nos sintomas relatados inicialmente.
Caso os sintomas apresentem gravidade, o paciente confirma que vai para o hospital e, imediatamente, aparece na plataforma de previsão de demanda.
Assim, os profissionais sabem antecipadamente quantos pacientes estão a caminho e se há sinais de gravidade relatados.
No pronto-atendimento, a equipe de enfermagem coleta os sinais vitais e, com ajuda de inteligência artificial, confirma o grau de gravidade do caso para dar sequência ao atendimento.
Segundo a startup Laura, a triagem virtual é baseada nos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ajudando a evitar a superlotação dos hospitais no cenário de pandemia.
Por ser baseada em tecnologia cognitiva e Natural Language Processing (NLP), a plataforma aprende com as dúvidas e inputs dos usuários.
"Com a tecnologia, teremos a oportunidade de maior previsibilidade no atendimento e assim preparar melhor toda a nossa equipe médica e assistencial para oferecer o melhor atendimento ao paciente que chega até nós", afirma Atualpa Carvalho de Aguiar, gerente de tecnologia e inovação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
O Oswaldo Cruz é uma das primeiras instituições de saúde do país a utilizar a inteligência artificial da Laura para auxiliar pacientes em relação ao novo Coronavírus, mesmo caso da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
"Vale dizer que a plataforma não substitui a avaliação médica, mas serve como apoio para a triagem de pacientes da Covid-19 de forma mais rápida e assertiva, evitando a saturação do pronto-atendimento. Outra vantagem é a previsão da demanda de testes que serão necessários para atender os casos suspeitos", ressalta Cristian Rocha, CEO da Laura.
No mercado desde 2016, a Laura tem foco em outra doença, a infecção generalizada.
Em março deste ano, a startup criou o Laura P.A. Digital para contribuir com a otimização dos recursos de saúde e auxiliar os hospitais no período de pandemia, com o apoio do Instituto Laura Fressatto.
Sua plataforma original já teve aproximadamente 2,5 milhões de pacientes conectados e reduziu em 25% a taxa de mortalidade hospitalar, salvando uma estimativa de 12 vidas por dia.
Com 122 anos, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina, com um corpo clínico formado por mais de 3,9 mil médicos.
Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público.
Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.