
Bom lugar para colocar um data center. Foto: Depositphotos.
O Alibaba Cloud, braço de cloud da gigante de e-commerce chinesa, acaba de abrir uma região de nuvem no México, a sua primeira na América Latina.
Em nota, o Alibaba faz mistério e não chega a dar detalhes sobre o tamanho do investimento, quando o centro de dados estará pronto ou ainda qual é a justificativa estratégica por trás do projeto.
(Todos os provedores de nuvem fazem segredo sobre sua infraestrutura, mas os chineses parecem ser os campeões no quesito não informar nada).
Uma explicação possível é que o México tem sido um destino frequente de empresas da China interessadas numa rota de exportação para os Estados Unidos, com o qual o México mantém um acordo de livre comércio, o NAFTA.
O México já tinha um centro de consultoria e serviços do Alibaba, ao qual se agrega agora uma infraestrutura local. Onde os clientes vão, os provedores de tecnologia vão atrás, uma estratégica clássica no mercado de TI.
Hoje, a grande maioria das regiões de nuvem do Alibaba estão na China, onde a companhia domina o mercado (só esses clientes chineses já tornam a empresa uma das maiores do mundo no nicho de cloud).
Em outros mercados da Ásia, a empresa também tem ganho espaço, ficando entre os três maiores. Nos últimos tempos, zonas de nuvem foram abertas também na Austrália, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e no Oriente Médio, indicando ambições de alcance mundial.
O que nos leva à inevitável pergunta: e o Brasil hein? Nos últimos tempos, empresas chinesas têm feito investimentos pesados no país, criando uma situação similar à do México, ainda que por outros motivos.
A Tencent, principal concorrente do Alibaba na China, abriu um data center no Brasil em 2021 e vem fazendo movimentos discretos para consolidar uma presença local.
Em 2019, o UOL Diveo anunciou em nota que era um parceiro do Alibaba no Brasil. Procurado pelo Baguete na época, o Alibaba disse que já estava trabalhando no país desde o ano anterior.
O UOL Diveo nunca mais voltou a falar sobre o Alibaba. Já no ano seguinte, em 2020, a empresa foi vendida e virou a Scala, um negócio focado em infraestrutura para grandes players de nuvem.
O Alibaba nunca mais falou de presença no país. Entre os mais de 70 parceiros listados no site, só aparece uma brasileira, a Inove, uma empresa pequena de São Paulo focada em projetos com a suíte de comunicação Zimbra.
Em tese, o Alibaba poderia competir no mercado brasileiro. Para muitos analistas, a tecnologia dos chineses compete com a de grandes players como o Google. Outros apontam que no longo prazo, a empresa é o único competidor viável para a AWS.