
Mudar nem sempre é fácil. Foto: romrf / Shutterstock
A mudança é um objetivo primordial das organizações. No entanto, nada está mudando.
O paradoxo foi apontado pelo estudo “Making the Change: Planning, Executing and Measuring a Successful Business Transformation”, realizado pela Oracle e a Forbes.
Dos mais de 500 executivos ouvidos pelo levantamento, a grande maioria (86%) afirmaram que a transformação dos negócios é necessária para o sucesso contínuo.
Mesmo assim 48% dos executivos entrevistados disseram que suas organizações estão pouco ou não preparadas para executar uma transformação nos negócios.
O estudo revela ainda que um em cada cinco entrevistados sente que suas tentativas de transformação fracassaram e três em cada cinco ainda nem sequer tentaram realizá-la.
O sucesso da execução de uma iniciativa de transformação dos negócios é incerto. A causa mais citada para o fracasso é a ineficiência desse tipo de iniciativa (41%), seguida por restrições orçamentárias e de recursos (35%).
Já os motivos mais apontados para o sucesso de tais iniciativas incluem apoio da liderança (51%) e execução competente e vigorosa (48%).
Os entrevistados classificaram um balanced scorecard com os principais indicadores e realizações em relação às metas (46%), o entendimento do real impacto que uma mudança proposta em uma iniciativa terá nos demais projetos da organização (40%) e um resumo claro dos custos associados à iniciativa (40%) como os recursos mais críticos para o sucesso na execução da transformação.
Para 39% dos entrevistados, o maior desafio de planejamento que ameaça a transformação dos negócios está em não prever as mudanças do mercado, enquanto 45% acreditam que um perigo substancial está em não prever corretamente ou deixar de prever os fatores de risco da iniciativa.
Além disso, 30% apontaram a incapacidade de avaliar e usar opções ou planos diferentes como modelo, bem como a dificuldade em garantir uma abordagem consistente/padronizada (29%), entre os desafios enfrentados.
Entre os líderes na transformação dos negócios, 27% usam EPM em toda a empresa (em comparação aos 13% do total de executivos entrevistados) e 55% usam EPM em toda a empresa ou em sua unidade de negócios (em comparação aos 38% do total de entrevistados).
QUEM
O estudo entrevistou 534 executivos de nível sênior — definidos como os que ocupam um cargo de diretor para cima, com 61% de participantes no C-Level (CEO, CIO, CFO etc.) — em empresas com receitas de $1 bilhão ou mais.
Os participantes do estudo estão espalhados da seguinte maneira: 37% nas Américas, 29% na EMEA (Europa, Oriente Médio e África) e 34% na região Ásia-Pacífico, e trabalham em organizações de inúmeros setores, como serviços profissionais (10%), bancos e financeiras (7%), indústrias (13%), varejo (6%) e engenharia (6%).
CITAÇÃO
Não faz parte do estudo da Oracle, mas a reportagem do Baguete não pode deixar de citar a célebre frase “plus ça change, plus c'est la même chose”, o que, numa tradução livre, quer dizer “quanto mais muda, mais segue a mesma coisa”.
A frase foi cunhada pelo colega jornalista do Le Fígaro Jean-Baptiste Alphonse Karr, ainda em 1839. Como Karr sem dúvida aprovaria, tudo mudou e nada mudou desde então.