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A operação brasileira da Nestlé decidiu investir em iniciativas voltadas para a conexão, monitoramento e extração de dados em tempo real de 300 linhas de produção que operam em 14 fábricas da companhia baseadas no país.
Segundo a empresa, o projeto parte da premissa de que, quanto mais informações coletadas e depuradas de maneira customizada em seu ecossistema tecnológico, maior a eficiência, segurança e qualidade de seus processos e produtos.
Até o momento, são mais de 24 mil instrumentos instalados nas linhas de produção da Nestlé, incluindo sensores de diversos tipos, transmissores de pressão, e câmeras com diferentes funcionalidades, entre outros, que produzem um alto volume de dados tratados.
Depois desta etapa, eles são transformados por softwares e customizados para análise de informações e a comparação com períodos anteriores.
A companhia também optou por tecnologias de data analytics e IA para realizar correlações mais complexas e identificar padrões de funcionamento de equipamentos traduzidos em insights.
A partir disso, as tecnologias já ajustam automaticamente certos controles de automação, o que significa que o equipamento pode ajustar suas configurações por conta própria, antecipando oscilações de processo com base em modelos de inteligência artificial.
Na prática, a Nestlé a a ter as informações mais importantes sobre o desempenho de sua operação e o funcionamento de cada linha conectada em tempo real e simplificada.
Este último aspecto permite que todos os colaboradores envolvidos possam visualizar as informações e, com base nelas, tomar decisões mais assertivas.
Com isso, é possível saber quantas unidades de um produto foram fabricadas e se estão dentro do tempo planejado, o que ajuda a prever se serão necessárias alterações no comportamento da linha.
“Os esforços da Nestlé Brasil para inovar e avançar com a digitalização do parque produtivo geraram resultados notáveis, como a redução de 30% das paradas não planejadas nas linhas de produção em 2023, na comparação com 2019. Uma parada inesperada implica em perdas, tempo ocioso e, consequentemente compromete a produtividade”, afirma Gustavo Moura, gerente executivo de automação e transformação digital da Nestlé.
O executivo explica, ainda, que houve um aumento de 23% da flexibilidade das linhas de produção para que uma mesma linha possa produzir formatos diferentes de produtos sem impactar o planejamento de parada.
Em decorrência disso, em 2023, houve quase um quarto a mais de trocas de formatos nas linhas da Nestlé Brasil, na comparação com 2021.
Isso possibilita a entrada de novos produtos para atender à crescente demanda dos consumidores por variedade e novidades sem que haja impacto na eficiência da operação.
Por fim, foi detectado aumento de produtividade de 7% na média das fábricas localizadas no Brasil, desde 2019.
Agora, a expectativa da empresa é atingir cerca de 90% do parque fabril brasileiro conectado até o final deste ano.
Presente em 190 países, a Nestlé é a maior empresa de alimentos e bebidas do mundo, com 308 mil colaboradores e mais de 2 mil marcas. Sua sede fica na cidade suíça de Vevey, onde foi fundada há mais de 150 anos.
No Brasil, a companhia tem 20 unidades industriais localizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, além de sete centros de distribuição e mais de 70 brokers.
A multinacional conta com 32 mil colaboradores diretos no país, além de gerar outros 200 mil empregos indiretos. Segundo pesquisa realizada pela Kantar World, a Nestlé Brasil está presente em 99% dos lares brasileiros.