VÁ DE TÁXI

Mulheres em TI: bate-papo com Tatiana Vecchi 4q6i1t

19 de maio de 2017 - 13:24
Tatiana Vecchi, CEO da Vá de Taxi. Foto: Divulgação.

Tatiana Vecchi, CEO da Vá de Taxi. Foto: Divulgação.

Por Gladis Costa*
O escritório da Vá de Taxi fica no bairro de Higienópolis, em São Paulo, no charmoso prédio da Leica Gallery, onde funcionam algumas startups e, no momento, local das mostras Cycle e Rock “N” Roll Suíte, de Julian Lennon, filho do Beatle John Lennon, que faz no Brasil sua primeira exposição fotográfica. Na realidade, duas mostras simultâneas: a Cycle apresenta registros de suas viagens pelo sudeste asiático e a segunda registra fotos de ícones da música.

Meu compromisso é com Tatiana Vecchi, CEO da Vá de Taxi, aplicativo para chamadas de transporte de ageiros. Ela apresenta sua equipe, composta de 27 colaboradores, que trabalham num ambiente integrado: marketing, operações, finanças, TI, comercial e atendimento interagem o tempo todo, compartilhando informações, acompanhando em tempo real o trânsito das cidades e tomando decisões. Agilidade é o nome do jogo!

Tatiana é uma verdadeira Mulher de Negócios – sempre foi, desde sua adolescência, quando aos 16 anos decidiu ser empreendedora. Nessa época, já sonhava em gerir seu próprio negócio, talvez inspirada pela atuação de mulheres fortes na família – a mãe Ana Vecchi sempre esteve ligada a gestão de negócios. 

Hoje, aos 32 anos, Tatiana é CEO da Vá de Taxi, aplicativo presente em quase 500 cidades do país, com uma frota de 90.000 táxis e que já transportou 1.000.000 de ageiros desde sua fusão com a Vá de Taxi, aplicativo da Porto Seguro, Taxi Já, do UOL e sua mais recente aquisição, a mineira Way Taxi. A Vá de Taxi é ágil no volante – em dois anos, a empresa, já triplicou sua base de usuários, multiplicou por 20 o volume de corridas e aumentou 10 vezes seu faturamento.

Após ter atuado na área de Marketing da Universal Pictures, gigante da área de entretenimento e tendo sido responsável pela área de parcerias na EasyTaxi, Tatiana participou de uma Especialização em Berkeley, na Califórnia, onde aprendeu conceitos fundamentais, como contratar pessoas por seu perfil, não apenas por sua competência técnica, uma estratégia que ajuda a capitanear uma equipe jovem e multidisciplinar. 

Outra lição aprendida foi implementar o OKR – Objective and Key Results, framework que engaja toda a empresa no atingimento de metas trimestrais, transparentes e estruturadas, a partir de objetivos mensuráveis e inter-relacionados para realizar metas macro.

A Vá de Taxi interage com públicos distintos: seus investidores (a empresa tem o apoio da venture builder Incube e da Porto Seguro, que oferece ao taxista e segurados descontos especiais para contratação de seguros e manutenção do carro); clientes pessoa física, que podem fazer um ranking de seus motoristas preferidos; e o mercado corporativo, novo filão da empresa.

A Vá de Taxi se considera, com orgulho, a melhor parceira do taxista. Sua operação tem objetivo de ser a ferramenta que coloca motoristas e ageiros literalmente no mesmo carro, a preços atraentes para os dois lados. Ela cobra do taxista a taxa de 8.5% quando o pagamento é feito pelo aplicativo e oferece desconto de 20% a ageiros que utilizam o cartão de crédito da Porto Seguro, além dos descontos de 10 à 40% para todos os usuários do app, de acordo com o aceite dos motoristas. 

Taxistas e ageiros são convidados a darem s e sugestões sobre atividades que otimizam a operação e que são incorporadas às práticas da empresa regularmente. Taxistas podem definir, por exemplo, as tarifas e descontos a serem cobrados e o horário em que querem ser acionados – os descontos podem ser ativados e desativados a qualquer momento.

Os ageiros declararam que voltariam a chamar o mesmo taxista se lhes fosse oferecido um desconto especial. Isto foi feito e a resposta foi imediata – as corridas se multiplicaram e os motoristas participam agora de uma animada competição para se situarem entre os melhores do ranking. Os favoritos ganham mais ageiros e os ageiros viajam com seus motoristas preferidos. Uma relação win-win, onde todos ganham em escala, economia e lucro.

Tatiana vê com otimismo a atuação conjunta entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Para ela, é importante que a mulher se pergunte se a percepção de preconceito no mundo dos negócios não acontece às vezes pela sua própria postura. 

“As mulheres precisam lembrar que provando suas conquistas, mostrando sua capacidade e incrementando sua assertividade, mostram seu real valor e ajudam a tornar o ambiente menos competitivo e mais produtivo e saudável”. 

Para ela, não existe a dicotomia homem-mulher, todos são profissionais e devem estar igualmente alinhados com os objetivos do negócio.

Única mulher da turma de 30 alunos no curso de Berkeley, aprendeu nas primeiras aulas, que a diferença entre homens e mulheres no campo profissional existe muito mais na maneira de se comunicar do que em qualquer outro aspecto: mulheres talvez tendem a falar mais para comunicar a mesma mensagem – característica muito útil em algumas carreiras - e são mais introspectivas diante de grandes plateias, mesmo quando apresentam ideias geniais e inovadoras. Felizmente, as jovens profissionais já perceberam que o mercado já enxerga primeiro a profissional – e depois o gênero.

Para Tatiana, a explicação é simples: estamos ando por um momento ímpar, uma transição incrível – os papéis se expandiram. A mulher não é mais a única responsável pelo lar, agenda escolar, saúde da família, orçamento doméstico, atividades nas quais os sentimentos, afeto, habilidade de ser multitarefa eram o elementos-chave da equação. 

Esta mulher migrou para um ambiente onde a lógica, resultados, decisões estratégicas agora são parte de seu universo e estão se adaptando com incrível rapidez, mas muitas não abriram mão de suas responsabilidades na casa, então a dupla ou tripla jornada pode cobrar o custo na dedicação à carreira. Nada que uma boa conversa com a empresa não resolva. 

“A empresa deve prover o espaço para a mulher, mas também criar políticas que permitam seu crescimento na jornada corporativa”.

É acreditando nas oportunidades justas na carreira que ela encara os desafios de ter ado de Head de Marketing para CEO da empresa no período de um ano. Um dos maiores desafios foi deixar de ser peer dos colegas, para ser a chefe. 

“É uma grande responsabilidade e um constante aprendizado. Gosto que pensem, tomem decisões, usem o bom senso e a criatividade. Ajudo quando precisam, tomo as decisões que eles não podem tomar, mas lembro que os resultados dependem de todos. Todos devem ser líderes em suas funções, afinal a equipe é reflexo da liderança. Isto agiliza os processos e faz com que todos se engajem para que os objetivos de negócio sejam atingidos. A empresa somos nós – um mantra que faço questão de lembrar o tempo todo”.

*Gladis Costa é Fundadora do Grupo Mulheres de Negócios do LinkedIn. É  consultora de marketing e autora do livro "O homem que entendia as Mulheres, All Print Editora. Escreve regularmente em portais de marketing, tecnologia e negócios.

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