
Dois alunos da Unisinos deram um viés solidário às compras coletivas.
Batizado de Mendigo Urbano – numa clara alusão ao primeiro site de compras coletivos do Brasil, Peixe Urbano – o portal permite aos usuários comprar o “e” de moradores de rua.
A ideia é de João Pedro Burzlaff, estudante de publicidade, e de Bruno Stein, aluno de Comunicação Digital da Unisinos, e começou a ser desenhada há três meses.
Na prática, os internautas podem fazer doações, de qualquer valor, aos mendigos no site. Uma vez que o valor doado a um mendigo chegue a R$ 250, João e Bruno se encarregam de comprar itens úteis aos mendigos, como comida, roupa e outros objetos que possam ser de validade a eles.
Por enquanto, são quatro moradores de rua que João conheceu no caminho da casa para o trabalho: Seco, Santa, Maurício e Bira.
“Foi difícil de explicar para eles, no início, qual é a ideia do projeto, pois eles não entendiam o conceito de site”, contou o estudante ao site JU Online, da Unisinos.
Lançado no dia 16 de agosto, em uma semana o site já recebeu mais de 20 doações e 8 mil os.
Crowd funding ou crowd aiding?
A compra coletiva é apenas o modelo mais conhecido de projetos envolvendo o conceito de crowd (do inglês, multidão).
Surgida em 2008 nos Estados Unidos, com o GroupOn, a compra coletiva mobiliza pessoas ao redor de uma oferta comercial, apelando ao consumo por impulso através de promoções “irresistíveis” – no mínimo 50% do valor original de um produto ou serviço.
O conceitos básico – muitos, pagando pouco – é visto em outros projetos online, como sites de crowdfunding, em que ideias culturais são geralmente bancadas por vários “investidores”, com a promessa de receberem uma recompensa em troca, geralmente relacionada ao projeto.
Em princípio, é desse mesmo mote que o Mendigo Urbano bebe, eliminando, no entanto, o fator recompensa – exceto por informações sobre o morador de rua ajudado.
“A ideia (das compras coletivas) é boa, mas ainda é apenas uma forma de consumir”, diz Burzlaff.