
Entra no ar nessa semana uma rede social que tem a pretensão de ser o Facebook do “venture capital”, conforme diz um de seus fundadores.
Chamada de Makaha, a startup dos irmãos porto-alegrenses Felipe e Fernando Dulinski, respectivamente de 22 e 21 anos, pretende unir a força das multidões mesclando dois modelos já presentes na internet, o crowdsourcing e o crowdfunding.
O objetivo é garimpar boas ideias para investimentos futuros, e multiplicar por seis o investimento inicial até o final do ano, chegando a R$ 500 mil aplicados em projetos da plataforma.
“Nós dizemos que somos uma empresa e não só uma plataforma. Uma empresa que descobre e investe em projetos que tem potencial de negócios”, explica Felipe Dulinski.
Crowd como conceito
Na prática, o Makaha é site de relacionamento. São dois tipos de usuários: o empreendedor, que apresenta os projetos, e os investidores virtuais, que vão apostar, opinar e recomendar em cima da propostas apresentadas pelos empreendedores.
Do crowdsourcing os irmãos Dulinski pegam a “sabedoria das multidões”.
Por definição, crowdsourcing é um modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários.
O Google, por exemplo, usa a técnica para ensinar seus computadores a ler letras em arquivos de imagens, com as combinações dos captcha, usadas para validar usuários em sites com contas e cadastros.
Já do crowdfunding vem o viés financeiro, uma vez que o método é usado para financiar projetos, a exemplo de sites como o brasileiro Catarse, em que internautas compram cotas de patrocínio.
“Nós pesquisamos e vimos que é um modelo inédito”, explica Felipe.
Como funciona?
Os empreendedores, ao entrarem no Makaha, têm direito ao primeiro projeto gratuitamente – outras propostas custam R$ 10. Esse projeto será avaliado pelos investidores (outros usuários da rede social), que irão colocar dinheiro no projeto.
Esse dinheiro, no entanto, é virtual. Cada investidor recebe 15 mil Maks, como é chamada a moeda virtual utilizada na rede. Investir é sinal de apoio ao projeto do empreendedor.
Dinheiro, no entanto, não será tudo. Quanto melhores as apostas do investidor, melhor conceituado ele será, e mais peso sua opinião terá.
“Preferimos a moeda virtual para deixar as pessoas mais livres. Elas não têm gasto, não têm risco. Podem ser mais sinceras nas suas avaliações e em mostrar apoio aos projetos”, justifica Felipe.
Entre as funções da rede, será possível vender a participação virtual nos projetos e comprar mais moedas para investir em outras ideias, como numa bolsa de valores, apenas sem um retorno financeiro para os participantes.
“Na verdade, cogitamos a ideia de um dia contratar pessoas entre esses usuários para nossa equipe de avaliação final das ideias bem cotadas na rede social”, antecipa Felipe.
À medida em que são votados, os projetos vão ando por seis etapas – não reveladas por Felipe – de avaliação. Apenas as ideias que chegarem ao fim das seis etapas serão consideradas pelo site. OU seja, arão por um estudo de viabilidade.
“Não é uma coisa de uma semana, nem de um mês, tudo é analisado antes de se chegar ao dinheiro de fato”, diz o empreendedor, que trancou o curso de istração para se dedicar ao Makaha.
De onde vem o dinheiro?
O financiamento dos projetos virá, inicialmente, do próprio Makaha. Para dar a largada no projeto, os Dulinski levantaram R$ 80 mil, entre capital próprio e de um investidor brasileiro, não revelado.
A ideia é chegar até o final do ano com três projetos financiados, R$ 500 mil investidos e novos investidores participando: “queremos ser um banco de ideias onde investidores possam vir e escolher novas propostas de investimento”.
Engrenado o empreendimento, o Makaha ficará com 10% de participação nas ideias.