
Mateus Bandeira, novo CEO da Oi. Foto: Reprodução
A Oi, maior operadora de telefonia fixa do Brasil, contratou Mateus Bandeira, membro do conselho da empresa desde 2021, como seu novo CEO.
O executivo irá ocupar o lugar de Rodrigo Abreu, que estava na posição desde 2020. Agora, Abreu continua no conselho da empresa, à frente das agendas de conversas com credores e da negociação com a Anatel relacionada à concessão de telefonia fixa da Oi.
“Nas discussões do conselho, optamos por convidar o Mateus porque ele já conhece muito bem a companhia, tem participado de todas as discussões, e porque dentro do conselho ele é quem tem a maior experiência executiva,” explicou Abreu ao Brazil Journal.
Segundo a publicação, Bandeira assume o cargo de forma transitória. Após a aprovação do plano de recuperação judicial da operadora, toda a governança da Oi deve mudar.
Bandeira vem da Falconi, onde atuou por seis anos como presidente e CEO, posição que também ocupou no Banrisul por um ano.
O executivo fez uma carreira na política, tendo atuado como Secretário de Planejamento, Gestão e Orçamento e Chefe do Tesouro do Estado para o Rio Grande do Sul entre 2007 e 2010, durante o mandato de Yeda Crusius no estado.
Também no RS, trabalhou como auditor fiscal do departamento financeiro da Secretaria da Fazenda do estado entre 1993 e 2004.
Nacionalmente, ou pelo Senado Federal como consultor sênior técnico e pelo Ministério da Economia como coordenador geral da política fiscal. Em 2018, chegou a ser candidato a governador do Rio Grande do Sul pelo partido Novo.
Bandeira ainda foi membro do Conselho de istração da PDG Incorporadora e Construtora e do Banco PAN.
Atualmente, faz parte do conselho das empresas Hospital Moinhos de Vento, Marcopolo, Intelbras, Vibra Energia e Oi.
Na operadora, Bandeira vai comandar a operação do negócio e as discussões de vendas de ativos.
A Oi espera que a apresentação do seu plano de recuperação judicial aconteça ainda neste mês e que seja levado às assembleias de credores em fevereiro.
No ano ado, a companhia já havia apresentado uma primeira versão do plano, que consistia numa injeção de dinheiro em um novo grupo de credores. Isso permitiria a quitação de um pedaço da dívida antiga e que ela atravessasse a fase de redução de custos e venda de ativos.
Da dívida líquida de R$ 30 milhões, um terço é com bancos locais, como Itaú e Banco do Brasil; um terço é com bondholders; e um terço é com agências de fomento à exportação.
Outra prioridade da Oi no momento envolve a negociação com a Anatel sobre sua concessão de telefonia fixa. Agora, a operadora quer que a Agência transforme sua concessão em uma autorização.
“O problema é que na estruturação da migração de concessão para autorização, a Anatel calculou compensações para o Estado pelo fim das obrigações que somam mais de R$ 15 bilhões,” pontuou Abreu.
A Oi, como parte do processo de recuperação judicial, também planeja vender sua operação de banda larga, a ClientCo, e sua participação de 31% na V.tal.
Depois do plano e do acordo, a meta é que a operadora torne-se uma empresa asset light e com foco na prestação de serviços por meio da Oi Soluções.