
A Marisa fechou o terceiro trimestre de 2022 com uma dívida líquida de R$ 566,1 milhões. Foto: Divulgação
A Marisa, umas das maiores varejistas brasileiras de moda, está em um processo de reestruturação e pode fechar pelo menos 80 lojas, o que representa cerca de 25% de suas unidades.
Atualmente, a rede conta com 334 lojas, sendo 163 delas pontos comerciais de rua. Conforme uma fonte entrevistada pelo NeoFeed, de cada dez lojas a serem fechadas, sete ficam na rua.
Com os fechamentos, a estimativa é a demissão de 3 mil a 3,5 mil funcionários.
Em um processo de recuperação financeira, a Marisa está ando pela renegociação de aluguéis atrasados. Segundo a publicação, alguns executivos da companhia pediram a suspensão dos pagamentos até o fim do ano.
Em fevereiro, a gestora Rio Bravo Investimentos informou que não recebeu o aluguel de janeiro da varejista, que é a principal locatária do fundo, possuindo 81,47% da receita imobiliária.
No mesmo mês, a Kinea Investimentos também informou que a rede não havia pagado o aluguel de janeiro. Do faturamento total, o contrato da Marisa representa 4% da carteira de imóveis da empresa.
Nos primeiros nove meses do ano ado, a Marisa possuía despesas de R$ 215 milhões com aluguéis. No mesmo período de 2021, o valor era de R$ 179 milhões.
Em relação ao faturamento, a Marisa fechou o terceiro trimestre do ano ado com uma dívida líquida de R$ 566,1 milhões, sendo R$ 188,1 milhões de curto prazo e R$ 42 milhões de longo prazo.
Seu valor de mercado diminuiu drasticamente nos últimos anos. Em fevereiro de 2020, a Marisa valia cerca de R$ 4,7 bilhões. Nesta semana, a companhia foi avaliada em R$ 229,5 milhões.
Atualmente, a rede conta com a consultoria da BR Partners para assessorar a renegociação de dívidas bancárias e com a Galeazzi para melhorar a estrutura de custos da empresa.
No processo, a varejista anunciou que fechou um acordo para vender parte de seus direitos creditórios fiscais.
Ainda de acordo com o NeoFeed, a venda será feita para fundos de investimentos geridos pela Quadra por R$ 100,1 milhões, além de um valor adicional sujeito a determinadas métricas.
Desde 2017, a Marisa já trocou de comando algumas vezes. Na época, Marcelo Araújo saiu da posição de CEO e Marcio Goldfarb, membro da família controladora, assumiu o cargo.
Dois anos depois, Marcelo Pimentel assumiu o negócio até 2021. No mês ado, Adalberto Pereira Santos renunciou ao cargo e João Pinheiro Nogueira Batista, ex-CEO da Evoltz Participações, assumiu o comando da empresa.