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Foto: Deposit Photos.
A Light, empresa distribuidora de energia elétrica que atende o estado do Rio de Janeiro, entrou com um pedido liminar para suspender o pagamento das suas dívidas, que chegaram a R$ 9 bilhões no final de 2022.
De acordo com o site NeoFeed, a medida foi ajuizada com pedido de urgência e segredo de justiça.
Na solicitação, a companhia alegou querer evitar medidas judiciais por credores que possam gerar um “efeito cascata” de cobrança e resultar em “prejuízos incalculáveis” para a empresa e os credores.
A ideia, por outro lado, é buscar uma solução via mediação, com os trabalhos sendo realizados pelo Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA).
Na última segunda-feira, 10, a agência de classificação de risco Moody’s havia rebaixado a nota da Light de B3 para Caa3, o que significa um alto risco de calote com credores. Em março, a Fitch Ratings também havia rebaixado a nota de risco da companhia.
A empresa de energia elétrica contratou a Laplace Finanças, paulista fundada em 2010, para realizar a reestruturação do seu capital.
No pedido à Justiça, a Light atribuiu parte dos problemas financeiros a “perdas não-técnicas”, como furtos de energia e ligações clandestinas.
Segundo a empresa, o prejuízo decorrente de furtos alcançou cerca de R$ 600 milhões somente em 2021 e os investimentos para lidar com a situação, que contaram com recursos tomados no mercado, acabaram não surtindo o retorno esperado.
Outro ponto foi a determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de que a Light devolvesse créditos fiscais relacionados à cobrança indevida de PIS/Cofins dos consumidores finais.
A companhia cumpriu a medida, devolvendo R$ 374,2 milhões no reajuste de 2021 e R$ 1,05 bilhão no reajuste de 2022. Ao final de dezembro de 2022, houve revisão tarifária extraordinária de 5,89% negativo por conta da devolução.
Além disso, a Light destacou que vem sendo alvo de “rumores de mercado” a respeito de sua situação financeira, afirmando que medidas como a contratação da Laplace foram noticiadas com tom sensacionalista.
A empresa ainda criticou a Fitch pela decisão de rebaixar seus ratings, afirmando que este tipo de movimento ocorre após eventos “concretos, que comprovem a deterioração financeira de uma companhia”.
Para o Neofeed, o próximo o da Light deve ser o pedido de recuperação judicial.
A Light fornece energia para 31 dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, com um total de 7 milhões de consumidores de energia elétrica.
Privatizada em 1996, a companhia tem o Fundo Samambaia como seu maior acionista individual, com 20,01% de participação. Atualmente, 70% dos papéis estão com minoritários.
Em agosto do ano ado, o executivo Octavio Pereira Lopes assumiu como CEO da Light. Anteriormente, Lopes havia comandado a Tok&Stok, a Equatorial Energia e a Magnesita Refratários.