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André Barretto, CEO e fundador da N2 (Foto: Divulgação)
A N2 está apostando em um diferencial inusitado para ganhar clientes no nicho de orientação financeira: o anonimato.
Como em outros serviços nos quais o cliente não precisa se identificar, a ideia é permitir que as pessoas se sintam confortáveis para se abrir sobre suas dificuldades e condições financeiras com o orientador.
De acordo com André Barretto, CEO e fundador da startup, o foco da N2 são pessoas com menos de R$ 300 mil de investimento, aqueles que querem começar a se planejar e endividados.
Segundo Barreto, o objetivo é atender o público de massa, em especial sem o à uma assessoria, e ajudá-lo a esclarecer suas dúvidas e colocar em prática atitudes que o permita organizar suas finanças pessoais.
Atualmente, a empresa oferece através de 24 mil caixas eletrônicos do Banco24Horas um voucher pré-pago no valor de R$ 14,90 ao mês, menos que uma recarga de celular, que permite o à plataforma e seus profissionais do mercado financeiro.
De todos os cupons gerados, 62% dos clientes concluíram o cadastro, dos quais 42% concretizam a orientação. A N2 não abre o total de clientes.
Para garantir a imparcialidade do aconselhamento, a N2 rea as comissões de suas operações aos clientes em forma de cashback.
“A gente consegue impactar todo o restante da população que só quer resolver seu problema. A grande massa está em um estágio anterior ao conhecimento econômico. Por que as pessoas têm que ter um atendimento diferente porque têm menos dinheiro?”, afirma Barreto, que fez carreira no Citibank ao longo de 13 anos.
A ideia do anonimato não é nova. Talvez o maior case de sucesso de aconselhamento anônimo no país seja o CVV, um serviço voltado para a prevenção do suicídio que em realizou 3,6 milhoes de atendimentos em 2021, por meio de 4,2 mil voluntários.
A N2 atua também como um negócio B2B2C, seu carro-chefe, levando para empresas sua tecnologia para que os colaboradores a usem como um benefício. Nesse âmbito, um de seus grandes clientes foi a Totvs.
Já na modalidade B2B2B2C, a N2 atende a Gym, serviço de corporativa de academias, que leva seu produto para empresas como Neon, Nestlé e ConsigaMais+.
Por conta desses modelos, a startup tem como público majoritário funcionários de companhias.
O ticket médio do pacote completo para empresas é de R$ 5,9 mil ao mês, sujeito a variações diante do número de colaboradores a serem atendidos.
Entretanto, de acordo com o CEO, no próximo semestre a empresa deve abrir seu leque, desenvolvendo o Fundo Dona de Mim, com a Sigma Lithium, que fornece microcrédito para mulheres no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, região com cerca de 950 mil habitantes conhecida pelos baixos indicadores sociais.
Para ir além da orientação financeira, a N2 tem planos de abordar conteúdos em um novo formato, através de uma curadoria de materiais já existentes no Youtube, transformados em trilhas temáticas.
No momento, a empresa está em fases de testes de um curso interativo, composto por micro vídeos de um a dois minutos, amparados por um chatbot que testa o conhecimento do usuário e gera certificados de aprendizado após sua conclusão.
Fundada em 2020, a N2 possui 13 colaboradores, concentrados em sua sede em São Paulo, capital, e está em processo de buscar uma rodada de investimentos seed.
Recentemente, a empresa ficou em primeiro lugar na vertical Educação Tecnologia Social do programa de aceleração Inovativa Impacto.
Já em setembro, foi selecionada como uma das dez finalistas do programa de aceleração Banritech 2022, iniciativa do banco Banrisul focada no Rio Grande do Sul. Durante seis meses, a empresa participou do ciclo de aceleração.
A próxima etapa é realizar o pitch para a banca de apuração, composta por seis membros do Banrisul e Tecnopuc, que escolherão três startups.
Nos próximos seis meses, a startup participará do programa de aceleração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Garagem Negócios de Impacto, após ser selecionada ao lado de mais de 1,3 mil outras empresas.