
Investidor anjo: "Vou esperar para ver o que acontece". Foto: Swedish National Heritage Board.
De acordo com uma pesquisa feita pela Anjos do Brasil com 109 investidores em 23 de março, 81% dos pesquisados afirma que concorda parcialmente ou totalmente que os empreendedores terão mais dificuldade de conseguir investimento anjo ou venture capital nos próximos 18 meses.
O número de respondentes que disseram "concordar totalmente" foi de longe o maior com 51% do total.
Questionados como a crise gerada pelo coronavírus afeta a predisposição de investir em startups 64% disseram que diminui a predisposição de investir. Outros 32% disseram que "não altera". E só 4% disseram que "aumenta a disposição em investir".
“Apesar dos dados indicarem uma tendência de diminuição no volume de investimento anjo em 2020, entendemos que os investidores anjo continuarão aportando e apoiando startups”, analisa Maria Rita Spina Bueno, diretora executiva da Anjos do Brasil, uma organização sem fins lucrativos de fomento ao investimento anjo e apoio ao empreendedorismo de inovação.
Uma outra pesquisa da Anjos do Brasil, no entanto, mostra que na verdade a disposição de gastar dos investidores anjo brasileiros já estava chegando no topo antes mesmo de todo o caos do coronavírus.
Em junho de 2019, a entidade divulgou um levantamento que indicava uma queda de volume de investimento do tipo de 0,4% em 2018, chegando a R$ 979 milhões no total.
Foi a primeira vez que o indicador tem uma queda, desde o começo do levantamento, em 2010. Ainda em 2017, o crescimento era de 16%.
Apesar de chegar perto do bilhão de reais, o volume de investimento no Brasil é apenas 1,2% do que é investido em startups nos Estados Unidos que somam aproximadamente U$ 23,1 bilhões anualmente.
“Se não for efetivada nenhuma medida que pelo menos equipare as condições com outros investimentos, podemos ter uma grande redução de investimentos em startups, o que é prejudicial para a retomada da atividade econômica pós-crise”, aponta Cassio Spina, presidente da Anjos do Brasil.